Professores da rede estadual de ensino promoveram no último domingo (24) manifestação atípica: após concentração na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, Zona Sul, enterraram nas areias da praia reproduções em forma de cartazes de seus contracheques. A classe pede aumento salarial e melhores condições de trabalho. Manifestantes vestiam preto — “luto pela falta de contrapropostas por parte do governo do estado”.
A manifestação, organizada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ), reuniu cerca de 300 pessoas, entre docentes, estudantes e moradores do bairro. Alguns simpatizantes, segundo Leila da Silva Xavier, uma das coordenadoras do Sepe, discursaram em favor da causa.
“Muitos têm filhos em escolas particulares e não sabem do descaso que sofremos. A maioria ficou indignada com os valores que recebemos”, disse Leila.
A greve dos professores completa 49 dias. No próximo dia 27, quarta-feira, os conselheiros do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) se reunirão na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Centro do Rio, para discutir possíveis avanços nas negociações.
Na sexta-feira, professores levaram um susto ao consultar o contracheque deste mês na Internet: os que participaram da greve tiveram os dias de paralisação descontados. Também houve redução no valor do auxílio-transporte. Além disso, o reajuste da GLP (hora-extra) não saiu.
Representantes da categoria vão alinhavar os rumos das conversas com o governo do estado sobre o acampamento que está montado na Secretaria Estadual de Educação. “Ficaremos lá até 3 de agosto. Não vamos desistir até termos o reajuste para a categoria”, disse a coordenadora Maria Beatriz Lugão.
