Professores chilenos convocam plebiscito para definir rumos da educação no país

O Colégio de Professores do Chile convocou um plebiscito nacional sobre educação para os próximos dias 7 e 8 de outubro, como forma de medir a vontade popular a respeito do questionado modelo de ensino. “A educação deve voltar a ser responsabilidade do Estado, gratuita, de qualidade e terminar com o lucro em todos seus níveis?”, seria a pergunta apresentada neste referendo.

A proposta do grêmio magisterial é apoiada pela Central Unitária de Trabalhadores e a Coordenação Nacional de Pais e Representantes e, para hoje, espera-se também o apoio da Confederação de Estudantes do Chile e as organizações de estudantes secundários.

Depois de quatro meses de massivas mobilizações, estima-se em mais do 80% o apoio da população chilena às demandas do estudantado e do magistério a favor de uma educação pública, gratuita e de qualidade.

O Movimento Social pela Educação no Chile questiona as bases fundamentais do ordenamento político e econômico imposto em 1980 em pleno regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990).

No Chile, as cifras de investimento na educação são um desastre, sustentam especialistas na matéria, que ilustram como 85% da educação e dos estudos nas universidades são financiados pelas famílias.

Jonathan Serracino, presidente do Movimento Nova Esquerda, recordou em recente artigo que o Chile foi o primeiro país na América Latina que introduziu impostos de pagamento nas instituições de educação superior públicas.

“Qualquer que seja o tipo de instituição (Centro de Formação Técnica, Instituto Profissional ou Universidade), em todas deve-se pagar. Com isto, na prática, todas as pessoas e famílias interessadas em aceder a um bem social como a educação superior devem ser capazes de ‘investir'”, aponta.

A saída? Serracino está convencido de que o futuro da educação no Chile não pode passar pelas políticas institucionais herdadas do pinochetismo.

Fonte: Agência Prensa Latina

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