Audiência sobre greve dos Correios acontece na terça no TST

A greve dos funcionários dos Correios já dura mais de 20 dias, mas pode ser encerrada na tarde desta terça-feira (4). Isso porque, às 13h, será realizada uma audiência de conciliação entre a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares), resultado do dissídio coletivo ajuizado na semana passada pela estatal.

A reunião será presidida pela vice-presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, a qual vai ouvir as partes, colher os depoimentos e documentos. Se considerar conveninente, poderá apresentar uma proposta para que as partes cheguem a um acordo e desistam do dissídio.

Liminar da ECT rejeitada

Outra manobra da ECT foi o pedido de liminar para que o TST determinasse a suspensão da greve ou, de forma alternativa, a manutenção de apenas 70% dos empregados em cada unidade da empresa, sob a justificativa de que se trata de um serviço essencial.

“Os serviços prestados pela ECT são relevantes à sociedade, mas não são considerados essenciais para os estritos fins de exercício do direito de greve”, assinalou a ministra do TST no despacho que indeferiu a liminar e designou a data para audiência de conciliação.

Para ela, “o fato da ECT exercer serviços públicos relevantes não impede nem pode impedir o exercício do direito de greve por seus empregados, na forma assegurada pelo artigo 9º na Constituição”.

Divergência

A principal divergência é sobre o desconto dos dias parados. A direção dos Correios apresentou uma proposta de descontar um dia de greve por mês. Porém, os trabalhadores não aceitaram e propõem a compensar com horas extras e mutirões para colocar o serviço em dia. A empresa também manteve o projeto de aumento linear de R$ 80 a todos empregados, reajuste salarial e dos benefícios em 6,87% e abono imediato de R$ 500. A reivindicação dos trabalhadores é por um aumento linear de R$ 200, além de reposição da inflação de 7,16% e aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria exige ainda a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios.

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), representantes de São Paulo, Goiás, do Rio de Janeiro, de Mato Grosso do Sul, da Bahia e de Minas vão se concentrar amanhã, a partir das 8h, em frente à sede da empresa, para um ato público.

Para tentar diminuir os prejuízos da greve à população, os Correios fizeram mais um mutirão nacional no último final de semana, que resultou na entrega de 13 milhões de cartas e encomendas, além da triagem de 22 milhões de objetos postais. Desde o início da greve, os mutirões foram responsáveis pela entrega de cerca de 25 milhões de cartas e encomendas em todo o país e pela triagem de mais 69 milhões, segundo dados da empresa.

Com informações das agências

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