Em Londres, milhares de estudantes protestam contra cortes na Educação

Estudantes britânicos se reuniram na região central de Londres nesta quarta-feira para protestar contra cortes nos gastos públicos no setor de educação e contra o aumento das mensalidades e matrículas nas instituições de ensino. Eles devem se unir com participantes do acampamento do lado de fora da catedral St. Paul.

“Capitalismo não funciona – outro mundo é possível”, diz manifestante

Os manifestantes marcharam pelas ruas da capital inglesa com placas e cartazes trazendo críticas às recentes medidas aprovadas por Cameron. Estima-se que até 2015, o governo deverá cortar 40% do valor destinado ao ensino superior. Além disso, o premiê permitiu que as universidades aumentem suas mensalidades em até três vezes o que é cobrado atualmente. Hoje, os estudantes pagam o equivalente 8,5 mil reais por ano pelos estudos.

O protesto seguia de forma pacífica até que os estudantes passaram a armar barracas e tendas na Praça Trafalgar, um dos principais pontos turísticos do país. A polícia agiu rapidamente, prendeu cerca de 20 manifestantes e retirou à força todas as barracas do local.

Os policiais avisaram que qualquer pessoa envolvida em atividades criminosas durante o protesto seria detida e posteriormente processada.

Exclusão

Os protestos estudantis começaram no ano passado, quando se anunciou que, a partir de 2012, as universidades poderiam elevar o preço das taxas de matrícula das atuais 3.290 libras (R$ 9,3 mil) para 9 mil libras (R$ 25,4 mil) por ano.

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“Lute por educação gratuita”, defende a jovem inglesa

Em meio ao ambiente movimentado, com o barulho dos helicópteros da Polícia e as televisões ao fundo, os manifestantes mostravam cartazes com lemas como ‘Não aos cortes da educação’ e ‘Universidade gratuita’.

“Somos contra a alta, pois os estudantes terão de pagar uma quantia exorbitante por ano e muitos vão ficar de fora do sistema educacional”, justificou à Agência Efe o manifestante Blat, um estudante universitário britânico.

Outra manifestante, Laura Fisher, lamentou que muitas famílias tenham de passar por dificuldades econômicas para manter os filhos nas universidades.

Em novembro de 2010, cerca de 50 mil estudantes foram às ruas de Londres para protestar contra a política educacional do Governo britânico, algo sem precedentes nas últimas décadas.


Movimento reuniu cerca de 15 mil estudantes – e cerca de quatro mil policiais

Desde então, as mobilizações estudantis têm sido uma dor de cabeça para o Governo do primeiro-ministro David Cameron, acusado de incapacidade de manter a ordem nas ruas, e principalmente para os liberal-democratas – parceiros no Governo de coalizão -, que durante a campanha eleitoral prometeram eliminar as taxas de matrículas universitárias, mas, uma vez no poder, votaram a favor de triplicá-las.

Com agências

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