Dialética, Unidade e Brasil

Algumas das expressões que se vincula aos, tempos e movimentos, para uma interpretação política e de conceitos marxistas são; “o tempo não para”, “uma onda segue a outra assim o mar olha para o mundo”, “tudo que é sólido desmancha no ar”, “um passo a frente dois atrás”. Tais ideias estão relacionadas às leis dos movimentos sociais, por isso a luta política conseqüente está estritamente ligada à interpretação do tempo, do momento; da conjuntura. Tais fatores referendam a história que também está estritamente ligada ao tempo; passado, presente e futuro, sendo, o sujeito, o elo transformador; o ser social.

A dialética marxista

A dialética marxista está mais viva do que nunca. Porém não é algo que se aprenda sem esforço e esforço principalmente para interpretá-la. Mas o que é a dialética? Aqui se tem o intuito, apenas, de destacar a importância do tema, pois, em realidade “só sei que nada sei” a frase do filósofo grego Sócrates, é a melhor forma para elaboração teórica e reflexões aqui esboçadas. Basicamente a dialética do materialismo histórico, é o ambiente e junção, das idéias e da realidade, da teoria e da prática, de desenvolvimentos, contradições e conclusões, e, portanto, uma ciência da humanidade.

Destaca-se que o estudo da história neste sentido é o cerne para o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade, porém, combatida pelas formas dos sistemas de educação do capitalismo (via banalização ou dogmatismo), sendo mais uma busca, ainda que para o conjunto, um esforço de estudo pessoal. Somente bons cursos e que tenham na grade curricular disciplinas de ciências humanas tratam com seriedade a dialética marxista, e seu arcabouço de compreensão cultural, econômica, religiosa, psicológica, ou seja, tudo que é produzido nas relações, do homem com a sociedade, com as idéias e com a natureza.

Voltado para a objetividade o Brasil se defende

Constatações das metamorfoses de agressão ao Brasil já são objetivas. É possível encontrar, por exemplo, projetos de “empreendedorismo” inclusive sendo propagandeado como oportunidade para o jovem ou qualquer cidadão que almeja ascensão, baseado, na “Teoria da Dependência” e das “Vantagens Comparativas Estáticas”. Ou seja, o Brasil em decolagem de desenvolvimento sofrendo resistência por idéias liberais do arco da velha, ou melhor, implantada em 90 e metamorfoseada, em que vocifera de que qualquer jogo é válido, tenta proliferar a “prostituição” argumentando que é “empreendedorismo”. Longe aqui de combater espíritos empreendedores e a criatividade, mas indubitavelmente de analisar em que projeto está alojado. A definição de empreendedorismo é inovação. Não pode ser considerado “inovação” algo voltado para o retrocesso, com ampliação de “dependência ao imperialismo” e a “imobilidade”.

A referência de defesa e alternativa do Brasil é a priori sua própria natureza; país continental, populoso, pluricultural e miscigenado, alavanca o aprofundamento da eliminação das assimetrias e aproximação aos seus irmãos latino-americanos, evidenciado, no III – CALC – Cúpula da América Latina e Caribe. Onde se completou o processo de constituição da CELAC – Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, de discussão dos paradigmas políticos no projeto de integração Latino-americano. Tal plataforma ocorre não apenas como resposta a crise do capitalismo, mas com ênfase no autoconhecimento e sustentabilidade regional, tendo como prisma nacional o desenvolvimento do mercado interno e ajuste na política econômica, obtendo, como referência a continuidade na queda dos juros.

Avante classistas

Desde a descaracterização ou entender que no máximo o pós-modernismo é um conceito cheio de complexidades; já é o início para alertar que não se devem medir esforços para somar a luta da classe trabalhadora, seja nos setores estratégicos ou não, cada uma com suas especificidades, porém, com princípio de unidade; “de todo os países uni-vos!”, falava Marx. Qualquer defesa política ideológica não dogmática tem seus meios de amplitude e, portanto não tem o mesmo dialeto, pois, que nos diferentes ambientes a mesmice é a – político, o que não é possível é perder a gênese, o substrato, a raiz, pois que a perdendo gera a inversão, a não ideologia e a banalização.

Finaliza-se aqui com a seguinte citação a cerca do materialismo histórico dialético:

“Foi precisamente Marx quem primeiro descobriu a grande lei do movimento da história, a lei segundo a qual todas as lutas históricas, quer se desenvolvam no terreno político, no religioso, no filosófico ou noutro terreno ideológico qualquer, não são, na realidade, mais do que a expressão mais ou menos clara de lutas de classes sociais, e que a existência destas classes, e portanto também as colisões entre elas, são condicionadas, por sua vez, pelo grau de desenvolvimento da sua situação econômica, pelo caráter e pelo modo da sua produção e da sua troca, condicionada por estes. Foi também esta lei, que tem para a história o mesmo significado que a lei da transformação da energia para a Ciência da Natureza, que lhe deu aqui a chave para a compreensão da história da Segunda República francesa. Esta história serviu-lhe para pôr à prova a sua lei, e mesmo trinta e três anos depois, temos ainda que dizer que esta prova foi brilhantemente passada.”

Friedrich Engels, 1885. (p. 18)

Bibliografia

ENGELS, F. Prefácio de Friedrich Engels à Terceira Edição Alemã de 1885. In: MARX, K. O 18 de Brumário de Louis Bonaparte. Lisboa: Avante!, 1982, p. 16-18 .

SANDRONI, P. Dicionário de Economia do Século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2007.

Samba de uma nota só:

*Utilizo o espaço como referência do exemplo do Coordenador Técnico do CES, Augusto Petta, para prestar minha solidariedade ao Ex-Ministro do Esporte Orlando Silva Júnior, que sofreu ataques venenosos de uma mídia descompromissada com o futuro do Brasil, imediatista, e de interesses privados. Orlando Silva é um guerreiro, um camarada oriundo da militância política da União da Juventude Socialista, sendo, um professor da luta, da vida e do samba.  Soube a pouco tempo que Orlando fez parte do corpo de funcionários do CES, e pode-se dizer essa solidariedade vem de todos que são do CES. São inconsistentes os ataques a ele, a sua família e ao seu partido.

**Uma saudação a um herói da inteligência nacional, o jogador Sócrates, que faleceu pouco antes que o Corinthians seu time do peito foi Penta-Campeão no dia 4 de Dezembro de 2011. Dizia ele: “Quero morrer em um domingo, com o Corinthians campeão!”

***Felicitações e êxitos a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, que conforta o sindicalismo brasileiro, com a busca incessante da valorização da história, de um sindicalismo de luta e da produção científica, técnica e política na sua estrada.

****Que o Brasil seja campeão Mundial com a criatividade da rapaziada da Vila.

Que venha 2012!


André Lemos é sociólogo e membro da equipe do Centro de Estudos Sindicais (CES)

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