Grécia sinaliza redução de salários para atender ao mercado financeiro

A Grécia deverá congelar os salários do sector privado durante pelo menos três anos, de modo a garantir novos empréstimos por parte da União Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Europeu.

A troika – Comissão Europeia, FMI e BCE – definiu um congelamento do aumento de salários no sector privado grego, durante três anos, como condição para o novo acordo de empréstimo no âmbito do segundo pacote de resgate a Atenas, avança o jornal grego “Ta Nea”.

Outras opções que estão a ser debatidas incluem reduzir os bónus de Natal e da Páscoa, os chamados 13º e 14º mês, bem como cortar até 30% o salário mínimo, refere a mesma fonte.

O actual salário mínimo na Grécia é de 751 euros, mas a troika – BCE, Comissão Europeia e FMI – quer que este seja reduzido para o nível de Portugal (onde é de 485 euros), reportou a 13 de Dezembro passado a agência espanhola Efe.

O ministro grego do Trabalho, Yorgos Kutrumanis, descartou de imedito a possibilidade de reduzir o salário mínimo nas proporções solicitadas pela troika. A medida “está fora de discussão”, referiu na altura, citado pelo “El Economista”.

Ainda em Dezembro, foi também divulgado que o Banco Central Europeu enviara em Agosto uma carta ao governo espanhol, liderado por José Luis Zapatero, em que pedia contratos laborais com remunerações abaixo do salário mínimo.

Segundo o “El Economista”, o BCE solicitou ao governo de Zapatero que, em troca da reactivação do seu programa de compra de dívida espanhola, houvesse uma “desvalorização competitiva” dos salários, bem como medidas contra o desemprego entre os jovens – incluindo a criação de uma nova categoria de trabalhadores com ordenados inferiores ao Salário Mínimo Interprofissional, que é de 641,4 euros.

A proposta passava assim por implementar em Espanha a fórmula dos chamados “minijobs” criados na Alemanha em 2003 como medida para atacar o desemprego. Tratam-se de contratos com um salário máximo de 400 euros mensais, em que o trabalhador não paga impostos e em que contribui para a Segurança Social de forma voluntária, explicava o “Cinco Días”.

Fonte: Jornal de Negócios

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