Eleição em Camaçari é exemplo de democracia

Em meio aos graves problemas da capital baiana, ocorreu a disputa eleitoral para renovação da direção do sindicato dos metalúrgicos de Camaçari.

Em um momento de extrema gravidade, onde a ausência de fatores tais como diálogo, responsabilidade e ate sensibilidade das partes envolvidas durante a greve da PM; em Camaçari, as chapas da CTB/Conlutas e da CUT com representantes das centrais, discutiram e definiram regras básicas do processo eleitoral, com a concordância da atual diretoria do sindicato.

Não utilização de carro de som nos dias de votação, panfletos ou boletins sem referencia à partidos políticos ,paridade no processo de fiscalização das urnas ao saírem e retornarem ao sindicato ,participação e quantidade de pessoas que acompanhariam a apuração dos votos (fiscais, advogados ,representantes nacionais das centrais ,das confederações ,federações ,candidatos a presidência da entidade) tudo conversado ,negociado e respeitado pelas partes envolvidas na disputa de forma paritária.

Pode parecer chover no molhado essas afirmações sobre as eleições de metalúrgicos de Camaçari, porem, temos assistido pelo Brasil afora disputas pelo controle de alguns sindicatos que mais parecem batalhas campais, inclusive em algumas delas, com históricos de pancadaria, fraudes e denúncias de assassinatos de “dirigentes” durante as disputas. E bom lembrar que essa situação reflete também a pratica de patrões no setor privado que não admite que os trabalhadores participem da vida da entidade ao qual pertencem e isso fortalece pseudos dirigentes que se apropriam das estruturas dos sindicatos em beneficio próprio ou de grupos, como se donos fossem destas entidades construídas pelas categorias.

Penso que é a hora das direções das centrais sindicais estabelecerem regras básicas de convivência durante o processo para as disputas eleitorais futuras no sentido de prevalecer a vontade da categoria e que os ditadores, oportunistas, falsos lideres possam ser escorraçados pelos trabalhadores, pois esses são os que sabem e conhecem quem pode representa-los . A CTB, a CUT, Conlutas, CNM, a FITMETAL e os sindicatos envolvidos nesta disputa deram um exemplo de como se faz a disputa sindical com transparência, paridade, ética e, acima de tudo, respeito que deve nortear a relação das pessoas.

Vitória dos metalúrgicos e metalúrgicas de Camaçari que terão a oportunidade de cobrar da nova direção eleita as proposta apresentadas durante a campanha.

Desafio para Júlio Bonfim e demais dirigentes da chapa 01, pois, a vitória no pleito será referendada com a confiança depositada pela categoria e na tradução em respostas efetivas para a classe trabalhadora.

E vamos à luta!


Marcelino da Rocha é dirigente da CTB e presidente da Federação de Metalúrgicos e Metalúrgicos do Brasil (Fitmetal)

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