O Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, com o apoio da CTB, fez uma manifestação em frente à fábrica da Semp Toshiba, na manhã desta terça-feira (13), no bairro de Águas Claras, em Salvador contra o ato de violência a uma trabalhadora dentro da fábrica da Semp Toshiba. A metalúrgica foi agredida com um tapa no rosto pelo encarregado do setor de notbooks da multinacional.
O caso foi informado ao sindicato e logo no início do dia foi feita uma assembleia com os trabalhadores, em frente à fábrica, para discutir o assédio moral e a violência contra a mulher. Em seguida, representantes dos metalúrgicos e da CTB se reuniram em audiência com a direção da empresa. “Já se passaram dez dias do ocorrido, ficamos sabendo apenas ontem (quarta-feira 12) através de uma denúncia anônima, pois a direção da empresa não tomou nenhuma atitude para coibir esta ação”, ressaltou o presidente do sindicato, Silvio Pinheiro.
“É um absurdo, no século XXI, ainda termos um ato de violência como este. Mostra como as mulheres são discriminadas e como a empresa trata esta situação. Nós não podemos mais nos submeter e nos calar a tamanha agressão cometida contra esta trabalhadora”, destacou a secretária de Mulheres da CTB-BA, Rosa de Souza, que alertou sobre o que rege a Lei Maria da Penha e a legislação trabalhista em casos deste tipo.
Com a entrada de dirigentes sindicais na fábrica para a reunião, surpreendentemente, outra agressão foi registrada. A diretora da Secretaria de Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos, Jaíra Rodrigues foi ameaçada por um trabalhador da administração da SempToshiba.
“Ele veio pela minhas costas e disse que não batia em mulher, mas se tivesse que bater bateria e que certamente daria um murro em minha boca para provar que eu não sou mais que um homem”, disse Jaíra Rodrigues, que seguiu para registar queixa na Delegacia da Mulher.
A direção da Assufba Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos da UFBA e UFRB) esteve no local para prestar solidariedade à trabalhadora e apoiar a conduta de enfrentamento assumida pelo Sindicato dos Metalúrgicos. “É importante parabenizar a ação do sindicato. Denúncias deste tipo não são novas e percebemos que ainda acontece na Bahia e no Brasil absurdos como o que lembramos todos os anos no 8 de março, em que mulheres foram queimadas em uma fábrica porque lutavam por seus direitos, ainda em 1857, ou seja, o que acompanhamos hoje é um grave retrocesso”, explica Renato Jorge, dirigente da CTB-BA e coordenador geral da ASSUFBA Sindicato.
A partir de agora, serão tomadas medidas jurídicas para que o agressor e a empresa sejam responsabilizados na Justiça. O Sindicato dos Metalúrgicos acionará o Ministério Público e as mulheres agredidas prestarão queixa na Delegacia da Mulher. Durante a reunião, diretores da SempToshiba disseram que a trabalhadora mantém um relacionamento com o agressor, eles se comprometeram em apurar o fato e tomar medidas administrativas para coibir a reincidência de qualquer tipo de violência contra as mulheres no local de trabalho.
Com informações do Blog do Renato Jorge
