Trabalhadores das obras da Usina de Jirau entram em greve nesta terça-feira

Trabalhadores que atuam no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho (RO), entraram em greve nesta terça-feira (13).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero), Raimundo Soares, a categoria tem uma pauta de 10 itens de reivindicações em negociação com o sindicato patronal e as construtoras da usina.

“Houve uma paralisação pontual na sexta-feira (9) e nesta terça decidimos entrar em greve até as negociações se encerrarem. No canteiro de obras trabalham 20 mil homens e hoje poucos estão trabalhando, apenas os serviços de emergência, que não podem parar”, afirmou Soares.

Constam, entre os 10 itens da pauta de reivindicações, o aumento de 30% do salário, cinco dias de folga a cada 70 dias trabalhados (atualmente, a folga é a cada 90 dias corridos de trabalho), aumento do valor da cesta básica de R$ 170 para R$ 350, plano de saúde gratuito extensivo a familiares, aumento de periculosidade e insalubridade e disponibilidade de um médico ginecologista no posto de saúde do canteiro de obras. Uma nova reunião está marcada para esta terça-feira feira, entre sindicato e as empresas que atuam em Jirau para discutir a pauta de reivindicações.

Não é primeira greve que acontece no canteiro de obras de Jirau. Em 15 de março de 2011, mais de 15 mil operários da obra se revoltaram contra a superexploração, com salários extremamente baixos, longas jornadas e péssimas condições de trabalho, a que eram submetidos.

Mesa permanente

Melhores condições de trabalho nos canteiros de obras é uma luta travada pelos trabalhadores do setor e sindicato que os representam. As entidades denunciam a falta de compromisso dos patrões com a segurança e direitos dos operários. Na tentativa de reverter a situação, há meses as centrais negociam com o governo federal uma mesa permanente que combata essa precariedade nas condições de trabalho no setor.

Resultado dessa negociação, no dia 1º de março, aconteceu em Brasília, do ato que marcou o compromisso do governo federal para melhorar as condições de trabalho na construção civil, por meio de um decreto que cria a Mesa Nacional Permanente para a Melhoria das Condições de Trabalho na Indústria da Construção, para acompanhar o cumprimento do compromisso.

Para Miraldo Vieira, membro da Comissão Nacional do Ramo da Construção da CTB e secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Imobiliário (Contricom), o acordo foi um avanço para o setor, embora tenha algumas lacunas. “Esse acordo foi fruto de muita negociação, que durou mais de dez meses antes de chegar ao papel e à solenidade de hoje. Ainda não é o que almejamos, mas é um passo importante”, avaliou o dirigente.

Portal CTB com agências

 

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