Após morte de trabalhador, Sintaema (SP) volta a criticar tercerização na Sabesp

Na última terça-feira (06), um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Sabesp, cujo nome não foi divulgado, morreu soterrado durante uma obra realizada pela companhia na Cidade Dutra, zona sul de São Paulo. Diante do ocorrido, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) se manifestou em solidariedade à vítima e fez duras críticas à companhia estadual.

Logo após o acidente, os bombeiros tentaram o resgate, mas constataram que a vítima estava sem vida quando foi retirada do meio da terra. Em nota, a Sabesp lamentou a morte do funcionário e informou que irá apurar os fatos e responsabilidades.

Mas o que está acontecendo ao longo do tempo é que a terceirização está causando uma grande precarização nas formas de trabalho e quem está sofrendo as consequências são os trabalhados. “Esse acidente demonstra o alto grau de precarização dentro da Sabesp, sob o governo do PSDB, que vem registrando um alto índice de acidentes nas empresas terceirizadas. Sendo que ao total são em torno de 7.400 funcionários terceirizados prestando serviços para a Sabesp”, comenta Rene Vicente, presidente do Sintaema.

Se não bastasse a terceirização que deixa os trabalhadores vulneráveis, tem ocorrido também a prática da quarterização (quando o tomador contrata uma empresa de prestação de serviços, que, por sua vez, contrata outra companhia para fornecer pessoal necessário à execução do contrato). “Esse fenômeno está aumentando a cada dia e também preocupa o sindicato. Com a terceirização e a quarterização, o sindicato acaba não tendo controle sobre o que acontece com os trabalhadores, devido à falta de dados. Outro agravante é que  muitos acidentes acabam fugindo da alçada do saneamento básico e entrando na questão da construção civil. Ou seja, o sindicato fica sem ter condições de agir”, esclarece René Vicente.

Uma medida que poderia evitar muitos acidentes é a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI), mas segundo relata o sindicato, muitos desses equipamentos estão em péssimas condições de uso. Ainda há também a questão dos alojamentos, que em sua maioria tem estrutura precária.

Soma-se a isso o fato de que os trabalhadores que sobrevivem dentro desse contexto não conseguem se estabilizar em sua vida profissional, pois a insegurança e as más condições fazem com que esses eles se tornem nômades. “Para se ter uma ideia, em média um trabalhador terceirizado fica apenas dois anos na empresa que o contrata, sendo que um funcionário direto da Sabesp fica em torno de 12 anos na empresa”, finaliza René Vicente.

Portal CTB, com agências

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