CTB prestigia 3º Encontro Nacional de Mulheres Metroviárias

A CTB participou na última quinta-feira (28) da abertura do 3º Encontro de Mulheres da Fenametro, realizada na cidade de São Paulo, com a participação de 40 metroviárias de vários estados do país. Além da CTB, estiveram presentes representantes da CUT, Conlutas e Intersindical.

Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, saudou as metroviárias e destacou a importância da luta pelo empoderamento das mulheres. “Precisamos construir caminhos para desobstruir o caminho das mulheres. E o debate do papel das mulheres passa pelo “empoderamento” dos espaços de decisão”, afirmou.

Doquinha reforçou que é preciso que as mulheres se posicionem e questionem o machismo introduzido dentro das estruturas sindicais e o papel secundário que é dado as dirigentes sindicais. Para dirigente é preciso conquistar a paridade no espaço sindical. “As mulheres são tão capazes de dirigir a luta da classe da trabalhadora como os homens”.

Ivânia Alves Moreira, representante a Central Única dos Trabalhadores – CUT, parabenizou a presença de tantas trabalhadoras jovens e falou sobre a organização e participação sindical das trabalhadoras metroviárias na capital paulista. “O sindicato de São Paulo foi um dos pioneiros na construção da Secretaria de Mulheres e da implementação das cotas, estas iniciativas impulsionaram a vinda de mais mulheres para dentro do sindicato”, afirmou.

“É preciso usar os sindicatos como instrumento de lutas das mulheres” iniciou Gabriela Guerrero, em sua fala representando a Conlutas. A dirigente convocou as metroviárias a participarem da Marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres, em 8 de março, onde serão levantadas as bandeiras contra a violência machista, racista e lesbofóbica. Ressaltou a construção da marcha a Brasília no dia 24 de abril, onde serão levantadas as bandeiras em defesa dos direitos da classe trabalhadora. “Precisamos construir alternativas de lutas e, este 3º Encontro é uma delas” afirmou Gabriela.

Luka Franca representando a Intersindical dedicou sua fala em defesa da luta das mulheres trabalhadoras negras. A dirigente lembrou que os dados oficiais do DIESSE apontam que uma mulher negra chega a ganhar seis vezes menos do que um trabalhador branco. “Quando as mulheres negras passam reivindicar direitos, no caso as empregadas domésticas, a burguesia pula e freia qualquer iniciativa”, e acrescentou “precisamos sair da invisibilidade, hoje quem está no poder são os brancos e a elite, mas estes espaços precisam ser ocupados pelos trabalhadores, mulheres, negros, LGTB e todos os setores oprimidos” defendeu.  

Durante a abertura, metroviárias de diferentes estados relataram as inúmeras dificuldades encontradas cotidianamente dentro do sistema em cada região.

Mayara, metroviária de Brasília, falou sobre a necessidade de se viver em plenitude. “Precisamos nos organizar não só por melhores condições de trabalho, mas para descontruir o paradigma de que a mulher só serve para os trabalhos secundários” e ressaltou “a luta das mulheres é por uma sociedade justa, livre e igualitária, só assim poderemos avançar no debate de gênero e raça, para vivermos em plenitude” disse.

Maria Inez, metroviária do Rio de Janeiro, abordou os obstáculos impostos para emancipação das mulheres, inclusive, dentro do movimento sindical. Com 35 anos de trabalho dedicado ao metrô, lembrou da luta iniciada na década de 80, com a construção do “movimento por creche”. A dirigente ressaltou a importância da presença de uma metroviária de Pernambuco que trabalha na manutenção – área predominantemente, masculina – arrancando aplausos das presentes. E afirmou, “nossa luta para ter avanços ela precisa ser suprapartidária, supra sindical e supra tudo”.

Ao final as participantes realizaram um minuto de silêncio em homenagem à companheira Eugênia.

Fonte: Fenametro

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