Trabalhadores da Amalcaburio paralisam as atividades em protesto contra acidente de trabalho

Cerca de 200 metalúrgicos da Amalcaburio paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (02) em protesto à morte do trabalhador no último sábado (30) em virtude de um acidente de trabalho. A assembleia também teve o intuito de conscientizar os trabalhadores e propor melhorias para evitar acidentes no ambiente de trabalho.

O presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de caxias do Sul (RS), Leandro Velho, cobrou comprometimento dos empresários caxienses com a segurança do trabalho.

“Enquanto melhorias e segurança forem vistas como custo pelas empresas, não evitaremos os acidentes. Precisamos cobrar soluções e debater esse assunto. Nós entramos com a força de trabalho, mas as empresas precisam dar as condições adequadas e seguras aos trabalhadores.”

O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereador Henrique Silva, esteve presente na manifestação e propôs uma audiência pública para debater o assunto, além da criação de uma delegacia acidentária.

“O trabalhador precisa ter garantias de que voltará para casa e para sua família no final do expediente. Proponho uma audiência pública para o debate. As empresas precisam responder criminalmente sobre essas mortes. Também proponho a criação de uma delegacia especializada que garanta a segurança dos trabalhadores, mostre os culpados dos acidentes e trabalhe também na prevenção”, ressaltou Silva.

O Ministério Público do Trabalho realizou perícia na empresa e interditou três cabines de pintura. A empresa tem o prazo de dez dias para adequar o local às exigências propostas pelo órgão.

Dados do Ministério do Trabalho apontam mais de 7 mil acidentes, 12 fatais, em 2012 em Caxias, o que colocaria a cidade no topo do ranking no país. Só em 2013 foram 4 mortes, duas de metalúrgicos.

O acidente

O trabalhador Paulo Estevam Pereira, 35 anos, ficou gravemente ferido após uma explosão na empresa Amalcaburio no final da tarde de sábado.

Pereira trabalhava na manutenção de uma cabine de pinturas no momento em que ocorreu um estouro, que provocou um incêndio. O trabalhador estava internado na UTI do Hospital da Unimed e não resistiu, falecendo no domingo. Ele sofreu queimaduras em cerca de 90% do corpo e teve ainda lesões inalatórias.

Por Fabíola Spiandorello

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