Central venezuelana reúne 80 mil em apoio à eleição de Maduro

A quatro dias das eleições presidenciais na Venezuela, que ocorrerá domingo próximo, centenas de trabalhadoras e trabalhadores atenderam à convocação da Central Bolivariana Socialista dos Trabalhadores e Trabalhadoras do campo e pesca da Venezuela (CBST) e ao lado da sede da Presidência da Venezuela, o Palácio de Miraflores, concentraram-se nesta terça-feira (9), após marcharem por várias avenidas da capital Caracas.

Tremulando centenas de bandeiras e faixas, várias entidades sindicais mostraram mais uma vez que a classe trabalhadora venezuelana nessa batalha eleitoral tem lado. Decidiram há anos e continuam apoiando a revolução bolivariana liderada pelo até então presidente Chávez.

Na caminhada, cantada pela multidão, ouve-se um refrão de uma das músicas da campanha nos diversos carros de som: “Chávez vive, la lucha sigue! Chávez somos todos! Com Maduro sigue!”.

Chávez mira o Palácio de Miraflores

Desse palácio pode-se ver no alto o forte militar 4F – esta sigla registra a data do levante liderado pelo então tenente-coronel em 4 de fevereiro de 1992 – no qual estão abrigados os restos mortais de Hugo Chávez.

A cada passo, a cada atividade política, a cada concentração é como se não acreditasse, pois até então pouquíssimo tempo, o libertário integracionista latino-americano contemporâneo liderava e discursava nesses mesmos palanques e ruas com sua forte determinação socialista o processo revolucionário em seu país. O povo ainda sofre com essa perda.

Classe trabalhadora venezuelana tem lado

Saudando os presentes, o secretário de relações internacionais da CBST, Jacobo Freire, conclamava as trabalhadoras e os trabalhadores à luta. Coube ao presidente dessa central, Wills Rangel, o discurso inaugural do ato. Nele reafirmou que a classe trabalhadora não admitirá retrocessos e desenvolverá todas as suas energias rumo à vitória de Nicolás Maduro.

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Já o presidente e candidato Nicolás Maduro saudou todo o público e juntamente com um grupo musical no evento presente tocou e cantou com toda a plateia.Emocionado resgatou a sua relação histórica com Chávez e o seu compromisso com o legado deixado por ele. “Poderá levar séculos para nascer um novo Chávez”, afirmou. Reafirmou seu compromisso com o processo revolucionário e denunciando o capitalismo, comprometeu-se em seguir o projeto deixado pelo seu antecessor.

Num momento alto, convidou ao palco cinco trabalhadores metroviários que juntamente com ele, fizeram as lutas dessa categoria em seu respectivo sindicato. Nessa hora reforçou seu pertencimento de classe e denunciou seu maior opositor, Capriles: “O burguesito não sabe o que é trabalhar. Não sabe o que é acordar às quatro da manhã, tomar um café e ir produzir a riqueza desse país. Ao contrário, o que ele sabe é viabilizar a exploração das trabalhadoras e dos trabalhadores. O único esforço dele é usar seu avião pessoal para ir à Nova York”.

Apresentou quatro projetos para a classe trabalhadora: Um mercado de alimentos para os trabalhadores; um forte programa residencial; um programa de saúde, esporte e cultura dirigido à classe; um reajuste no salário mínimo de 20% em maio deste ano, mais 10% em setembro e de acordo com a inflação, um novo incremento entre 5 e 10%. Isso pode gerar um reajuste entre 38 e 45% ainda em 2013.

A cada projeto apresentado Maduro foi interrompido pelo público assim saudado: “É assim que se governa! É assim que se governa!”.

Em ato final assinou publicamente um documento que se compromete em respeitar o resultado eleitoral independente de seu resultado. Seu opositor, com sua evidente derrota – todas as pesquisas apontam a vitória de Nicolás Maduro – já cria as condições para seu falso discurso contra o processo eleitoral.

“Em sistemas eleitorais obrigatórios, se votam 70% todos ficam contentes. Aqui votaram 81% sendo optativo.” A constatação é do chefe da missão da UNASUL (União de Nações Sul-americanas), o argentino Carlos Álvarez, que acompanha essas eleições. Ela está composta por 40 membros de órgãos eleitorais e de 10 países sul-americanos (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Uruguai).

De Caracas,
Divanilton Pereira (dirigente nacional da CTB).

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