O 1º de Maio precisa ser comemorado

O sindicalismo em todos os países do mundo tem como objetivo principal a mobilização de determinado segmento social em busca de direitos. E isto tem a ver tanto em relação aos operários como também ao agrupamento patronal. E esta é uma questão que precisa ser bem avaliada, que merece uma profunda reflexão.

Vendo apenas pelo lado operário, quando foi implementada a chamada Revolução Industrial, houve uma grande mudança no comportamento dos trabalhadores, que deixaram de lado a atividade individual, passando a trabalhar em conjunto nas fábricas e outros agrupamentos empresariais. A exploração se fez presente, com jornadas de trabalho excessivas, salários insuficientes e muita pressão para que a produção fosse cada vez maior e proporcionasse cada vez mais lucros para os patrões. A convivência diária e mais, a atuação decisiva de intelectuais com visão progressista, estimulou a ação operária e isto motivou a mobilização que levou à criação de leis e conquistas de muitos direitos trabalhistas.

Mas sempre se fizeram presente também as tentativas patronais de eliminar direitos e de dificultar as lutas operárias. E isto acontece ainda e leva os operários a enfrentarem muitos problemas, principalmente quando as economias dos países passam por alguns desarranjos. No sistema capitalista, em primeiro lugar há como que uma punição aos empregados, com demissões reduzindo efetivos. E fechando postos de trabalho.

É quando são colocadas algumas questões cujas respostas dão os indicativos de como devem ser os procedimentos que tem como objetivos principais a unidade que é fundamental para buscar direitos e conquistas. As questões podem começar por um fato dos mais importantes, ou seja, nos tempos atuais, como estão os procedimentos? Os sindicatos superam as divergências que em muitos casos são mais de caráter pessoal dos dirigentes do que no campo político-sindical? E como fica a situação de cada categoria numa campanha salarial? Não se pode deixar de lado o fato de que há uma grande diversidade de representação. A Empresa conta com  trabalhadores da atividade preponderante  bem como os que são das categorias diferenciadas e de profissões liberais.

A questão que se coloca é que são poucas aquelas situações onde há uma unificação da pauta de reivindicações. Este é um outro desafio a ser enfrentado, pois os direitos trabalhistas são iguais, o que poderia motivar a unificação da luta na Campanha salarial. Uma outra questão é que o movimento operário precisa ter objetivos, colocar alguns pontos como verdadeiras bandeiras de luta. Algumas podem ser citadas, como a redução da jornada de trabalho, a estabilidade no emprego, o turno de seis horas e  as férias em dobro. E um outro ponto por demais importante é que a estrutura sindical não pode continuar como está.

A estrutura sindical ainda tem como base o que foi aprovado pelo ditador Vargas nos idos de 1943. E com isto, nenhum sindicato tem a representação necessária, levando em conta as características por empresa ou ramo de atividade. E isto dificulta por demais a organização da categoria. É preciso lutar para as mudanças, levando o operariado a avaliar a importância de contar com delegados sindicais, com representação por local de trabalho. Há muitas questões a serem abordadas, e uma delas tem a ver com o aperfeiçoamento da estrutura sindical. E isto pode acontecer se houver um entrosamento entre o sindicalismo e o movimento estudantil, abrindo a possibilidade da preparação de quadros que podem assessorar o sindicalismo em suas ações. Uma conclusão a se tirar é que as questões citadas tem muita vinculação com as ações sindicais de outras partes do mundo. Logo, faz-se necessária a troca de informações e de experiências. Como faz com frequência a classe empresarial.

Como o movimento operário sempre passou por momentos difíceis, os temas levantados não são nada mais do que desafios a serem enfrentados. Afinal de contas, nenhuma conquista ou direito é conseguido sem muita luta.


Uriel Villas Boas é secretário de Previdência Social da FitMetal.

 

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