Trabalhadores do Grupo Randon mobilizados na luta por melhores salários e mais direitos

Nem mesmo o frio intenso, com os termômetros marcando 5 graus, desmotivam a categoria metalúrgica a prosseguir com sua jornada de luta em busca de valorização. Os trabalhadores do Grupo Randon pararam as atividades por cerca de uma hora nesta terça-feira (02). Eles participaram de assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul para informá-los sobre o andamento da Campanha Salarial deste ano, a dificuldade de negociação com a patronal e a recusa do índice oferecido pelos empresários. Durante a assembleia, que foi promovida no pátio da empresa, a direção da entidade convocou a categoria para participar da grande manifestação marcada para a próxima segunda-feira, 08 de julho.

“A campanha salarial até agora foi um desrespeito com o trabalhador. Na próxima segunda contamos com a mobilização de toda a categoria para esse grande ato de protesto. Vamos mostrar nossa indignação perante o desrespeito e a intransigência patronal. Segunda é o dia dos metalúrgicos demonstrarem o seu valor, a sua união e mobilização, e que sua força de trabalho merece ser valorizada”, destacou o presidente em exercício Leandro Velho.

As empresas vivem um bom momento, já que a economia se recupera e apresenta crescimento, com boas perspectivas para o futuro. As empresas têm mantido o ritmo de produção alto, com muitas encomendas. Além dos resultados, as empresas ainda têm sido beneficiadas por muitos incentivos do governo. “É redução na tarifa de energia, redução de IPI, desoneração da folha de pagamento, juros reduzidos, são vários incentivos para alavancar a economia. E para os trabalhadores? Não é repassado nada. O caminho para o Brasil seguir adiante, com mais crescimento, é o investimento na infraestrutura e produção, com mais renda e direitos para quem trabalha”, salienta Velho.

Outro ponto destacado pela diretoria durante a assembleia foram as cláusulas sociais que garantem direitos aos trabalhadores. Neste ano, entre as principais bandeiras estão a redução da jornada de trabalho, auxílio-creche até os 5 anos, vale-cultura e transporte subsidiado. “Atualmente o trabalhador paga para trabalhar. A inflação de um ano é 6.95% e o trabalhador tem descontado do salário 5% para ter transporte. Sem esse desconto no salário estaríamos valorizando o trabalhador, realmente concedendo um benefício e consequentemente aumentando os rendimentos do metalúrgico”. Além disso, Velho salienta que as empresas abatem os custos com alimentação e transporte no imposto de renda e que a porcentagem descontada é fora da realidade. “O índice de desconto não corresponde a época atual.”

O sindicato realiza mais uma assembleia no Grupo Randon hoje à tarde com os trabalhadores do segundo turno. Amanhã, quarta-feira, acontece mais uma rodada de negociações com o patronal.

A jornada de luta

O sindicato juntamente com a categoria metalúrgica e a sociedade caxiense está intensificando a sua jornada de lutas com paralisações e assembleias nas portas das fábricas. No dia 08 de julho está prevista uma grande mobilização da categoria.

Mais respeito aos direitos, à saúde e ao valor de trabalho dos metalúrgicos. Com esta frase síntese a categoria metalúrgica está novamente em marcha, na luta por reajuste de 14%, garantindo assim mais valorização salarial com aumento real, e mais direitos, como a redução da jornada para 40 horas semanais, auxílio-creche, estabilidade para os acidentados, piso de R$ 1.270, transporte subsidiado, igualdade salarial entre homens e mulheres e vale-cultura, entre outros.

Por Fabíola Spiandorello

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