Trabalhadores gregos ocupam as ruas do país contra demissões em massa

Milhares de trabalhadores gregos realizam nesta terça-feira (16) greve geral em protesto contra medidas de austeridade aplicadas pelo governo em cumprimento com exigências da troika (União Europeia, BCE e FMI). Atenas começa hoje um debate de dois dias sobre um acordo proposto por credores, que ordenaram o corte de milhares de empregos do serviço público como condição para mais empréstimos.

Em Atenas a greve atinge o sistema de ônibus, mas apenas três estações de metrô serão fechadas , no local onde os protestos e as passeatas devem acontecer. O tráfego aéreo também registrava atrasos nesta manhã e nenhum trem circulará no país durante todo o dia. Já nos hospitais, os médicos só prestam atendimento de emergência.

Os jornalistas farão uma greve de meia-jornada, enquanto os médicos iniciaram hoje uma greve de 48 horas, nas quais só trabalharão em casos de urgência. Diversos serviços na capital grega, como o de coleta de lixo, não funcionam há vários, e o lixo acumulado já pode ser visto em diversas ruas.

O governo grego criou uma lista de cargos a serem preenchidos e os servidores têm no máximo oito meses para encontrar um novo posto de trabalho, caso contrário serão demitidos. Este polêmico projeto de lei, visto como mais um sacrifício em um país em que mais de um quarto da população está desempregada, será discutido amanhã no parlamento, onde o governo só conta com 5 votos de maioria.

Após o choque do fechamento da rede pública de rádio e televisão do país sem pré-aviso ou negociação, no começo de junho, as políticas de rigor prometem criar mais polêmicas com os cortes que devem afetar especialmente o setor da educação.

As medidas de rigor são uma exigência da troika de credores internacionais, formada pela União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), para liberar um repasse de cerca de 7 bilhões de euros (cerca de 20,6 bilhões de reais) de ajuda financeira à Grécia .

“É uma vergonha que o governo diga que as coisas estão melhorando, com o nível tão alto de desemprego que há e a contração da economia”, enfatizou Euclides Tsakalotos, um dos parlamentares de Syriza, “é necessário uma mudança de rumo”.

A Grécia atravesse seu sexto ano de recessão e sofre uma taxa de desemprego de 27 por cento, sem que nenhum indicador da economia real tenha mostrado qualquer sinal de recuperação, apesar das contínuas mensagens governamentais de que o país se encontra em franca recuperação.

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