Ato das centrais gaúchas pressiona governo e congresso contra terceirização

As Centrais Sindicais deram mais uma demonstração de que estão articuladas em defesa da sua pauta unitária na manhã desta sexta-feira (30/8), denominado “Dia Nacional de Paralisações”. As ruas do centro de Porto Alegre ficaram praticamente vazias, pois os ônibus permaneceram nas garagens e parte do comércio não abriu as portas. Apesar dos transtornos, a população se solidarizou com os trabalhadores que fecharam as ruas do entorno da rodoviária, no centro da capital gaúcha. 

Os principais culpados têm nome e sobrenome: Governo Federal e Congresso Nacional. Ao demonstrar descaso em discutir a pauta entregue à presidenta Dilma, dia 6 de março, em Brasília, o Governo começa a perder o apoio da classe trabalhadora, cada vez mais insatisfeita com a falta de respostas as suas reivindicações. E o Congresso Nacional, ao manter em pauta o Projeto de Lei 4330 – que amplia a terceirização e precariza as relações de trabalho – aumenta ainda mais a revolta da classe trabalhadora.

Depois de alguns discursos, as ruas foram liberadas e os manifestantes se deslocaram até o pórtico de entrada da Expointer – cuja cerimônia de abertura seria realizada – e fizeram mais um ato de protesto. Enquanto eram distribuídos panfletos aos visitantes explicando as razões do protesto, os dirigentes das centrais sindicais e líderes estudantis se revezaram nos discursos em cima de um carro de som improvisado como palanque.

“Com todas as manifestações feitas hoje no Estado nós demonstramos que a classe trabalhadora não vai mais aceitar quieta que os seus direitos sejam surrupiados”, assegurou o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor. “Embora a presidenta Dilma não tenha vindo prestigiar a Expointer, nós estamos aqui para demonstrar aos seus representantes nossa inconformidade com a falta de debate da pauta unitária das centrais sindicais.”

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Guiomar Vidor registrou que a classe trabalhadora defende o atual projeto de desenvolvimento para o país. “Reconhecemos que houve avanços significativos nos últimos dez anos de governo democrático, entre os quais a criação de 18 milhões de novos empregos com carteira assinada e a valorização do Salário Mínimo. Mas rejeitamos o Projeto de Lei 4330, que permite a contratação de trabalhadores terceirizados em qualquer função. E lutamos pelo fim do Fator Previdenciário que tanto tem prejudicado os aposentados do país.”

Para o presidente da CTB-RS, é o momento de ser feita a reforma eleitoral a fim dos trabalhadores e movimentos sociais terem um espaço mais justo no Congresso Nacional. “Queremos uma reforma política que acabe com o financiamento privado que provoca a corrupção e gera um Congresso que não atende as reais necessidades do povo, nem representa com dignidade os eleitores. A lisura na disputa política é fundamental para que os movimentos sociais e populares, sindicais e estudantis possam concorrer nas eleições em condições de igualdade, a fim de eleger também seus representantes e fazer o país avançar socialmente”, justificou Guiomar Vidor.

Ato nos aeroportos contra PL 4330

A CTB vai realizar nesta terça-feira (03) nos principais aeroportos do país, manifestações contra o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização e precariza as condições de trabalho. Os dirigentes das centrais sindicais também estarão em Brasília para pressionar os deputados pela rejeição do PL 4330, que deverá entrar na pauta da Câmara dos Deputados no decorrer desta semana.

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