Em alusão ao Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, diversas entidades sindicais no Pará promoveram uma caminhada pelas principais ruas do centro de Belém, ontem, 30. Aproximadamente 1000 pessoas participaram do movimento, que este ano luta contra o projeto de Lei 4330/04, que regulamenta a terceirização de serviços em órgãos públicos, e por melhores condições de trabalho.
A destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, 10% para a área da Saúde e a melhoria do transporte coletivo da Grande Belém também estiveram na pauta. A manifestação saiu da Praça da República em direção ao Centro Integrado de Governo (CIG), onde encerrou. Ao longo do percurso, o movimento estudantil se uniu ao dos trabalhadores.
Por conta das manifestações que foram prometidas para o dia de ontem, algumas lojas do centro comercial de Belém fecharam as portas. Os bancos também não funcionaram por causa da paralisação dos funcionários. Na Praça da República, os trabalhadores e os diretores das centrais sindicais começaram a chegar por volta das 8h30 para a concentração. O espaço ficou colorido pelas bandeiras de diversos sindicatos.
Entre as entidades, as que estavam com o maior número de representantes eram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical e Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Sindetran).
Lutas
De acordo com o presidente da CTB, José Marcos Araújo, Belém não podia ficar de fora desta mobilização que ocorreu em todo o Brasil. “Nós estamos com uma pauta nacional e outra local. Hoje, o Brasil todo se une contra o PL 4330, que amplia a terceirização dos serviços em órgão públicos. Além disso, estamos lutando pelo fim do fator previdenciário para valorizar a aposentadoria”, destacou.
A participação dos servidores do Detran foi para pressionar ao governo a implementar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração. A passeata saiu de frente do Teatro da Paz por volta das 10 h e seguiu pela Avenida Presidente Vargas, e depois tomou a Avenida Nazaré.
Em menos de dois quilômetros de caminhada, percorrida em aproximadamente uma hora, os manifestantes fizeram um ato em frente ao prédio do INSS, em frente a Secretaria Municipal de Administração, em frente a uma emissora de televisão, até chegar ao CIG. Vários representantes de diversos sindicatos puderam expor as reivindicações da categoria.
Ao longo do percurso, estudantes do Instituto de Educação do Pará (IEP) aderiram ao movimento e protestaram por melhorias no transporte coletivo e na Educação. Os alunos levaram para as ruas latas que serviram de instrumento musical para eles se manifestarem.
Manipulação
O ato dos trabalhadores e estudantes também pautou uma manifestação contra TV Liberal, das Organizações Rômulo Maiorana. Em frente da emissora os manifestantes estenderam cartazes de repúdio à manipulação com dizeres que a Rede Globo manipula as informações que deveriam ser de interesse dos trabalhadores, mas acabam favorecendo aos empresários.
“O povo é radical, abaixo a Liberal”, gritavam os estudantes em sinal de protesto.Durante o ato, os manifestantes rasgaram exemplares dos jornais Amazônia e O Liberal, atearam fogo em um caixão que simbolizou que a morte da ética da comunicação cometida pelos veículos das ORM e também despejaram fezes de cavalo para representar a sujeira que tal grupo de comunicação faz contra o povo do Pará.
O representante do movimento estudantil do IEP, David Melo, reforçou que o ato em frente a emissora de TV não foi contra os jornalistas paraenses e sim contra um veículo que manipula informações. “Além de querer enganar o povo, eles andam de mãos dadas com o governo tucano”, desabafou o estudante.
“Nós queremos que eles paguem todos os impostos, os milhões que eles devem ao governo e não pagam e não o governo cobra”, frisou David Melo. Os representantes da CUT e CTB, Matinho e José Marcos, respectivamente, reforçaram que o ato em frente a emissora de TV foi pela democratização das informações.
Portal CTB com agências
