Servidores de Raposos (MG) desocupam Câmara e ameaçam pedir impeachment de prefeito

Os funcionários da prefeitura de Raposos, na região central de Minas Gerais, que ocuparam a Câmara de Vereadores durante a tarde desta quinta-feira (12), deixaram a Casa por volta das 21h.

 
De acordo com o o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Raposos, Alcides Salvador dos Santos, uma reunião com o prefeito e vereadores foi agendada para a próxima segunda (16), na prefeitura.
 
Até lá, o estado de greve e as manifestações serão mantidas em espaços públicos da cidade. Para a tarde desta sexta (13), na praça central de Raposos, está marcado um debate com a participação de um vereador de Belo Horizonte e um deputado, ligados à CTB. Os 25%  dos funcionários das áreas da educação, saúde e obras, exigidos por lei, continuam trabalhando.
 
Ainda conforme o sindicato, caso o resultado da reunião da próxima semana não atenda as expectativas dos funcionários, o impeachment do prefeito Carlos Alberto Coelho será pedido.

servidores raposos2Cerca de 100 servidores públicos de Raposos, que estão em greve desde a última segunda-feira (9), ocuparam a Câmara Municipal, na tarde desta quinta, na  tentativa de conseguir o apoio dos vereadores em prol de suas reivindicações.

Uma dessas reivindicações, segundo Gelson, um representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), é o reajuste salarial de 2013, que venceu no mês de maio deste ano, mas, até então, ainda não foi pago aos trabalhadores.

Além disso, os manifestantes pleiteiam por melhores condições de trabalho, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Raposos, Alcides Salvador dos Santos. “Há 16 anos, os trabalhadores do município de Raposos não têm reajuste salarial. As condições de trabalho também são precárias. Na Educação, as escolas não têm materiais básicos de secretaria, limpeza e de higiene pessoal, como papel higiênico; a merenda escolar é escassa e nas salas de aulas, que estão esburacadas, faltam até giz. Além disso, a prefeitura não tem pago o piso salarial nacional aos educadores, como determina a lei”, disse.

Ainda segundo os trabalhadores, o maior problema é a falta de abertura para uma negociação com o prefeito do município, Carlos Alberto Coelho. “Ao invés de solucionar os inúmeros problemas, ele tem preferido gastar dinheiro público com utilização de um carro de som na tentativa desesperada de minimizar a situação e de desqualificar as justas reivindicações dos trabalhadores. Na gestão passada, quando era presidente da Câmara dos Vereadores, ‘Sargento Coelho’ acompanhou de perto as lutas sindicais, apoiando as reivindicações dos servidores. Hoje, como chefe do Executivo Municipal, tem se recusado a solucionar os problemas”, criticou Alcides.

Falta de diálogo

Ainda de acordo com Gelson, há falta de confiança, já que “o prefeito fala uma coisa e faz outra”. A reportagem tentou contato com o prefeito, mas uma funcionária da prefeitura informou que desconhece a ocupação por parte dos servidores na Câmara, e disse que o problema é que os servidores não entendem que o prefeito não pode fazer nada em relação ao que pleiteiam.

Gelson também disse que, em todas as tentativas de levar o documento com as reivindicações ao prefeito, é uma secretária dele que recebe. “Só que quando perguntamos se ela pode responder pelo prefeito, ela diz que não. Então não adianta muito, né?”, disse.

Os servidores também denunciam um esquema de nepotismo na prefeitura, onde vários familiares do prefeito teriam cargos altos na administração pública. Procurado, mais uma vez, para falar sobre o assunto, a reportagem foi informada de que o prefeito estava em reunião na tarde desta quinta-feira.

Após a ocupação na Câmara, os manifestantes foram para a prefeitura, em uma nova tentativa de contato com o prefeito.

Portal CTB com agências

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