A Guerra dos Farrapos foi assim chamada por contar com forte participação popular em suas fileiras. Muitos escravos, inclusive, aderiram ao ideal republicano em busca de liberdade. E apesar de ter a vontade de separar-se do Brasil, a luta dos Farrapos foi uma das mais contundentes contradições ao império brasileiro, governado pelo Regente Feijó, no período regencial, pouco antes de Dom Pedro II poder assumir o trono.
Para alguns hsitoriadores, esse foi o maior levante popular de cunho republicano ocorrido no país. O movimento contra o governo imperial teve início no dia 20 de setembro de 1835 e teve a duração de quase uma década, terminando em 1º de março de 1845. A guerra foi motivada pelo descontentamento de grandes fazendeiros com a política tributária do império.
Com Bento Gonçalves da Silva à frente os revolucionários proclamam a República Rio-Grandense ou de Piratini em 1836, sendo o próprio Bento Gonçalves escolhido o primeiro presidente, cargo que ele assume após fugir da prisão no ano seguinte.
Logo se unem aos farrapos um casal que marcaria a história do movimento revolucionário no Brasil e também posteriormente na luta pela unificação da Itália, país natal de Giuseppe Garibaldi e sua companheira, Ana Maria de Jesus Ribeiro, a nossa Anita Garibaldi, uma das maiores heroínas da história do Brasil. Anita mostra intensa bravura e mesmo contra a vontade dos homens sai à lua pelos campos de batalha, passando a ser respeitada e admirada por todos. Ela mostrou que era uma mulher que estava à frente de seu tempo e não se curvou ao machismo dominante.
Mesmo com amplo apoio popular, os fazendeiros que lideravam a revolução se dividem e enfraquecem o movimento. O império percebendo essa fragilidade nomeia Luiz Alves de Lima e Silva, o Barão (depois Duque) de Caxias, presidente da província em 1842. Com larga experiência, Caxias trata bem a população local e os farroupilhas se vêm na contingência de fugir para o Uruguai. A última vitória dos Farrapos se deu em 26 de abril de 1843 em Ponche Verde.
Depois disso uma derrota atrás da outra. E após perder a Batalha de Porongos, em 1844, os revolucionários 
decidem ir à capital federal (Rio de Janeiro, à época) para iniciar negociações de paz. O conflito terminou em 1º de Março de 1845. Todos foram anistiados e os escravos que participaram das batalhas foram libertos.
A participação dos negros e a feminina de Anita Garibaldi marcaram definitivamente a história do movimento farroupilha e do país. Por isso, o feriado do dia 20 de setembro no Rio Grande do Sul, é reverenciado com orgulho pelos gaúchos por tudo o que representa para a construção da nação brasileira como a conhecemos hoje.
Estreia nesta seta-feira (20) o longa-metragem O Tempo e o Vento, com direção de Jayme Mionjardim (saiba mais aqui), baseado na obra O Continente, de Erico Verissimo, que retrata em sua literatura a Revolução dos Farrapos com grande maestria. O Tempo e o Vento é uma das histórias do livro do grande escritor gaúcho.
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
