Professores em greve acampam em frente à Câmara Municipal do RJ

Professores da rede municipal de ensino armaram barracas de acampamento na lateral do Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo do Rio, na noite do último sábado (28), no mesmo local onde houve uma ação da Polícia Militar (PM) para a desocupação do plenário da Casa.

Segundo a coordenadora-geral do Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), Gesa Corrêa, que estava presente no momento da operação, os policiais chegaram às 18h e pediram a desocupação. Depois da tentativa de negociação, e com a decisão dos professores de permanecer no local, os policiais começaram a ação de retirada. “Foi uma truculência. Foi um caos”, disse.

Durante as negociações os professores pediram que o comandante da operação apresentasse a ordem judicial para a reintegração de posse do plenário, explicou. Segundo ela, na véspera já havia ocorrido uma tentativa. “Eles chegaram com um documento que era uma farsa de 20 de agosto. Falamos com os advogados e não saímos. Ontem foi a mesma história.”

Gesa contou que os professores insistiram para ver o documento de reintegração e que o comandante saía e voltava. “Depois ele acabou dizendo que era ordem do Cabral [governador do Rio, Sérgio Cabral], do Jorge Felippe [presidente da Câmara] e do Eduardo Paes [prefeito do Rio]. Não tinha nada escrito, foi autoritarismo mesmo.”

Segundo ela, houve a troca do comandante da operação, que apresentou a alternativa de saída dos professores do plenário da Câmara, caso contrário, a PM faria a operação de desocupação do local, que já estava no terceiro dia.

Gesa disse que dois professores foram autuados e levados para a 5ª Delegacia de Polícia e que quatro feridos foram encaminhados para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. Segundo ela, o sindicato vai recorrer à Justiça contra a operação policial dentro do plenário da Câmara. “Vamos entrar com ações judiciais em todas as instâncias. Eles não podiam retirar a gente de lá e nem dar voz de prisão.”

Gesa contou ainda que enquanto estava na delegacia acompanhando os professores detidos recebeu um chamado de colegas, por volta da 1h, dizendo que estavam acampados próximos à Câmara e que um grupo da Guarda Municipal tinha chegado ao local para a retirada das barracas. Depois de mais uma rodada de negociação, as barracas continuaram montadas na parte lateral do prédio.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, (PMDB) disse que a melhor forma de defender as reivindicações é por meio de diálogo, ao falar sobre a ocupação do plenário do Palácio Pedro Ernesto por professores. Cabral não quis comentar se houve excessos da Polícia Militar durante a desocupação, na noite anterior. Ele disse que não viu as imagens e por isso não pode julgar o comportamento dos policiais.

“Ter a participação da população é muito importante”, avaliou. “A democracia estabelece ritos e deve ser sempre, em tese, dessa maneira. Como ex-parlamentar e chefe do Legislativo, acho que a participação da população deve ser sempre dentro do que se chama direitos e deveres, mas, se houve enfrentamento ou não, eu não sei. Não vi as imagens. Em tese, ocupar também o plenário do Poder Legislativo não é a melhor forma de se dialogar e de se acompanhar qualquer tipo de debate”, disse.

 Portal CTB com Agência Brasil

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.