Servidores de Sergipe criticam proposta que retira gratificações

“Se o Estado retirar as gratificações dos servidores da Administração Geral, afasta todo e qualquer tipo de negociação, qualquer acordo entre a categoria e o Governo”. Essa foi a reação de Waldir Rodrigues, presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Geral do Estado (Sintrase), ao tomar conhecimento de que a comissão técnica sugeriu ao governador em exercício de Sergipe, Jackson Barreto, extinguir empresas, acabar com os cargos comissionados e retirar gratificações como forma de reduzir os gastos com a folha de pagamento do Estado.

Waldir teme que, se a proposta for acatada, o Governo corte as gratificações discricionárias, aquelas que não precisam passar pelo crivo da Assembleia Legislativa para serem retiradas, a exemplo das que são pagas a quem trabalha duas horas a mais e aquelas que avaliam o desempenho do servidor.

“Isso atingirá no servidor da Administração Geral em cheio. O Governo não mexe nas gratificações dos delegados, juízes, desembargadores e procuradores, mas retira do servidor que recebe os piores salários pagos pelo Estado, a grande maioria, abaixo do salário mínimo nacional”, esclarece.

O presidente do Sintrase, entidade filiada à CTB, lembra que os servidores já vivenciaram uma situação semelhante quando o governador do Estado era João Alves Filho, do DEM. À época, também com o argumento de que precisava reduzir a folha de pagamento, João Alves extinguiu empresas, transformando-as em autarquias, e congelou as gratificações dos servidores da Administração Geral.

“Nós não podemos aceitar isso de forma alguma. Ou o governador Jackson Barreto está a favor ou contra o servidor”, afirma Waldir Rodrigues. A proposta da comissão técnica foi apresentada no período em que o Governo do Estado, após inúmeras greves pela categoria, decidiu negociar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores da Administração Geral. Para Waldir, se a retirada das gratificações se confirmar, as negociações ficam inviabilizadas.

O presidente da CTB-SE, Edival Góes, também criticou a proposta apresentada ao governador de Sergipe. O dirigente da Central ressalta que os servidores da Administração Geral têm sido penalizados nos últimos anos. “O Governo negociou com várias categorias, mas relegou esses servidores ao esquecimento. Agora, no momento em que se inicia um processo para rever essa dívida do Estado, não dá para aceitar o corte das gratificações”, afirma.

Edival apela para o governador para que ele faça justiça com uma categoria há anos não vê qualquer reajuste no salário, recebe menos que o salário mínimo e precisa da gratificação para complementar a renda familiar.

Fonte: CTB/SE

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