Em discurso durante o III Fórum do Brics Sindical, nesta terça (15) em Fortaleza, o secretário de Relações Internacional da CTB, Divanilton Pereira, propôs a elaboração de uma plataforma unitária do movimento sindical brasileiro, russo, indiano, chinês e sul-africano “para que possamos disputar projetos de desenvolvimento e influenciar de forma mais decisiva nas decisões do Brics”.
“Compreendemos que este fórum está inserido num contexto histórico singular, marcado pelo esgotamento da ordem mundial construída em Bretton Woods e liderada pelos Estados Unidos e Europa. Simultaneamente desenvolve-se a crise econômica, que talvez seja a mais grave de toda a história do capitalismo. O mundo está em transição”, argumentou o sindicalista.
O Brics é uma resposta a este tempo e é uma grande possibilidade contemporânea de desenvolver uma alternativa à atual ordem internacional, que tem caráter imperialista e consagra a dominação das grandes potências (Estados Unidos, União Europeia e Japão) sobre uma grande maioria das nações e povos que habitam o planeta.
Por isto, conforme Divanilton, o Brics tem um sentido geopolítico estratégico e os trabalhadores não podem ficar alheios aos seus movimentos, que parecem descortinar o caminho de uma nova ordem mundial. “É preciso que a classe trabalhadora participe ativamente deste processo, pressionando no sentido de que o novo arranjo econômico e geopolítico não seja uma mera reprodução do sistema capitalista-imperialista com novos atores”.
“Por isto estamos unidos nesta luta pelo reconhecimento do Brics Sindical, mas ao mesmo tempo devemos debater o tema, construir uma plataforma comum e definir que projeto de desenvolvimento queremos para o Brics, por qual ordem mundial batalhamos. Não tenho dúvidas de que devemos trabalhar com um conceito classista de desenvolvimento, anticapitalista e anti-imperialista. Lutamos por um projeto de desenvolvimento voltado para o pleno emprego, a valorização do trabalho, o combate às assimetrias entre as nações, a solidariedade entre os povos, a paz e o bem estar social. Para conquistar tudo isto temos de relevar na luta o protagonismo da classe trabalhadora”, concluiu o dirigente da CTB.
De Fortaleza, Ceára
Umbertos Martins – Portal CTB
Fotos: Érika Ceconi