Fábrica fecha e deixa trabalhadores sem salários na Bahia

Cerca de 180 trabalhadores da Frutaki, empresa de processamento de sucos, que funcionava no município de Nova Soure, no norte da Bahia, descobriram que ficaram desempregados pelos colegos. Após o recesso do São João, a empresa paralisou algumas máquinas, reduziu a produção e finalmente fechou as portas no dia 3 de julho. Os proprietários não tiveram sequer a consideração de informar o encerramento das atividades aos trabalhadores, que ficaram sabendo da novidade pelos colegas.

Para piorar a situação, os funcionários descobriram que a Frutaki não havia realizado o depósito do FGTS de ninguém, o que impossibilita o recebimento do seguro desemprego pelos trabalhadores, que foram duplamente prejudicados. “A situação está complicada. Tem muita  gente passando necessidade, já que não tem mais crédito na cidade, pois está com as contas todas atrasadas. Alguns trabalhadores de outras cidades tiveram que voltar para casa, pois foram despejados.Outros dependem da ajuda da família para comer, já que ninguém quer mais vender fiado”,  disse André Luís da Cruz, ex-funcionário da Frutaki.

Desde que foi informado da situação, o Sindibeb – Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Bebidas da Bahia tenta uma solução para o problema.  Além de promover manifestações na porta da fábrica e da Justiça do Trabalho em Alagoinhas, o sindicato já se reuniu com representantes do Ministério Público do Trabalho em Feira de Santana; com o presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Valtércio de Oliveira, e também com dirigentes da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, em Salvador.

“Na SRTE, fomos orientados a fazer a recisão do contrato dos trabalhadores para tentar conseguir na Justiça o recebimento do seguro desemprego. Esta é a prioridade no momento. Vamos continuar dando toda assistência necessária aos trabalhadores da Frutaki para que recebam os salários atrasados e as verbas rescisórias que têm direito. Nosso departamento Jurídico está cuidando desta parte e nós vamos continuar denunciando o ocorrido às autoridades competentes”, ressaltou Roberto Santana, presidente do Sindibeb e da Fetiaba.

A CTB também está acompanhando a situação de perto. Na tarde desta terça-feira (12/8), o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, participou de reunião de mediação entre as partes, na Superintendência Regional do Trabalho, para tentar um acordo que garanta os direitos dos trabalhadores.

Fonte: CTB-BA

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