Professor da Unicamp ministra palestra sobre crise hídrica

 

O Professor Dr. Antônio Carlos Zuffo especialista em hidrologia e professor da Unicamp, abordou em palestra no Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) a questão da falta de água que se torna grave, principalmente, em São Paulo.

Primeiramente, o professor destacou os problemas de forma macro, abordando o clima mundial. Segundo seus estudos, de forma cíclica, há períodos naturais de seca e de aumento de chuvas. Esse fenômeno chamado “Efeito José”, teria a periodicidade de 30 a 50 anos, aproximadamente. O período de seca estaria começando em 2014, o que não é um bom prognóstico. Ele ocorre por causa de ciclos naturais do Sol, que irradia mais ou menos energia no planeta. Portanto, segundo o professor, esse período de seca já era esperado e poderia ser previsto.

O Sistema Cantareira, segundo o professor, foi construído durante um período de chuvas e não teve problemas até a década de 2000 por conta disso e pela demanda da população ser menor. Entretanto, a partir de 2004, a Sabesp aumentou a quantidade de água que saía do sistema, mas não aumentou sua capacidade. Com isso, num período de seca, era previsível que o sistema não conseguiria atender a população.

Além disso, questões econômicas e políticas foram tratadas com prioridade, deixando a própria função da empresa de lado. Em curto prazo, por exemplo, a Sabesp preferiu aumentar a quantidade de água do que corrigir os vazamentos do sistema, pois era mais barato. As obras que foram anunciadas para tentar melhorar a situação, muitas nem foram discutidas entre os funcionários da própria empresa (Sabesp) que estão descontentes com essa situação. E o governo de São Paulo, continua negando o problema.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, fechou a palestra enfatizando a necessidade de ampliar a luta: “Vamos levar as informações para a sociedade tomar o real conhecimento de que vai faltar água. Transformar a discussão em algo maior, pois essa é uma questão a longo prazo e a luta não pode parar”.

Por Raul Duarte – Portal CTB

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