Bloco Ilú Obá De Min homenageia Elza Soares em São Paulo na sexta (5)

Desde 2004, o Bloco Afro Ilú Obá De Min (em tradução livre: Mãos Femininas que Tocam Tambor para o Rei Xangô) brilha no carnaval paulistano. Neste ano, os 300 integrantes do Ilú vão cantar em homenagem à “cantora do milênio”, Elza Soares.

O bloco se concentra na Praça da República, na sexta-feira (5), às 20h, levando alegria até o Largo Paissandu. “A cada ano aparecem mais pessoas para foliar com a gente e levar a cultura de matriz africana para as ruas de São Paulo”, diz Beth Beli, presidenta do bloco.

Ela conta ainda que o desfile deste ano começou a ser preparado em agosto passado. O bloco proporciona oficinas de tambor, cultura afro-brasileira e da língua ioruba (grupo étnico-linguístico da África Ocidental), porque o Ilú canta em ioruba.

As oficinas são totalmente gratuitas e ocorrem juntamente com os ensaios. Aos sábados no Vale do Anhangabaú e aos domingos na Praça Patriarca, ambos no centro da capital paulista.

ELZA SOARES ILI OBA DI MIN

“Essas oficinas e nossos ensaios nos dão visibilidade e, portanto, as mulheres vão chegando e se apropriando de nossa proposta de empoderar as mulheres, essencialmente as negras”, reforça Beth, que é percussionista e socióloga.

De acordo com ela, o único bloco paulistano feminino, leva para as ruas o canto das injustiças que existem em “excesso em nosso país”, afirma. Como exemplo ela cita as inúmeras crianças que vivem na rua. “Existem leis, que protegem essas crianças, então é inconcebível vê-las abandonadas e não se indignar”.

Beth diz que Elza Soares interpretará cinco canções de seu repertório e acompanhará o desfile na sexta-feira. Ela diz também que no domingo (7) o bloco afro sai em uma matinê, às 17h, na Barra Funda, local onde se situa.

Apadrinhado pela deputada estadual do PCdoB-SP e também cantora Leci Brandão, o Ilú “visa homenagear grandes representantes de nossa cultura com objetivo de dar visibilidade às influências africanas em nossa cultura e nossas vidas”, afirma Beth.

Página do Ilú no Facebook aqui

Prestes a completar 79 anos em 23 de junho, Elza comentou ao jornal online GGN que “ser negra, mulher e brasileira é para mim um grande orgulho e minha maior missão. Que todas as mulheres sejam homenageadas. Somos a grande força do mundo e nosso caminhar é sagrado. Me sinto ‘pequena’ quando recebo homenagens, mas esta me faz gigante, pois é a celebração de toda mulher brasileira. Todo meu amor e axé para as mulheres do Ilú”.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

Elza Soares cantando “A Carne” (Seu Jorge / Marcelo Yuca / Ulisses Cappelletti):

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.