Greve da educação é pelo piso nacional e em defesa da democracia

Muito se fala na necessidade de ampliar os investimentos em educação. Mas na hora de investir para valer na valorização profissional, item essencial para se começar a pensar em uma educação pública de qualidade, prefeitos e governadores não querem reajustar o piso salarial com a desculpa da crise.

Esquecem eles que educação tem verba própria, constituída pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Muitos governantes usam indevidamente ou fazem mal uso das verbas do Fundeb. Muitas vezes também, não arrecadam corretamente os recursos que vão para a cesta do Fundeb e alegam que os recursos não são suficientes.

Porém por conta dos problemas acima citados, não pedem complementação da União. Porque precisa que haja uma auditoria nas contas dos governos que solicitam a complementação.

Também, alguns governantes de forma irresponsável e oportunista, se aproveitam da crise política que vivemos, para carregar nas tintas da crise econômica, que é mundial, como artifício para alegar falta de recursos.

Neste sentido, é preciso denunciar para a sociedade essa manobra golpista, que pretende levar a população às raias do desespero, sempre prejudicando os (as) trabalhadores (as).

Assim, as paralisações que acontecem a partir de hoje (15/3) em todo o Brasil, são para forçar uma negociação de reajuste do Piso Nacional, aliadas às pautas locais de cada entidade.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) começou as atividades da semana, com um ato na inauguração de um Centro de Educação em Tempo Integral no município de Manacapuru (AM), onde o governador esteve presente.

Com a presença da direção executiva e da Delegacia Sindical do município do Sinteam, fizemos um ato e exigimos que o governador cumpra sua palavra no que diz respeito às negociações fechadas no ano no passado, dentre as quais, o Plano de Saúde da categoria, que seria implementado em janeiro deste ano, além do reajuste de 2015 e de 2016 que ainda não fomos recebidos (as) para tratar.

Fomos sim impedidos (as) de entrar com as faixas. Mas conseguimos furar o cerco policial, entramos com a uma faixa e a abrimos durante o pronunciamento do governador.

O presidente do Sinteam, Marcus Libório, chamou o governador para o diálogo, mas ele preferiu se esquivar e fugir. Amanhã, faremos uma paralisação didática, onde os pais serão informados sobre a situação da educação no Amazonas.

Ocorrerão várias atividades nas escolas. Nos dias 16 e 17, estaremos reunindo nas escolas da capital e no dia 18 faremos um seminário “Militarização das escolas e o processo de mercantilização da escola pública.”, com a presença de Júlio Pinheiro, da Direção Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão e de Cristina Castro, secretaria de comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino.

Além disso, o Sinteam estará lançando, juntamente com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Amazonas, sua sede como um Comitê de Defesa da Democracia, para que possamos esclarecer e organizar nossa categoria e demais categorias de trabalhadores (as) para a necessidade de defender o Estado Democrático de Direito para a garantir nosso direito de reivindicar, protestar e avançar em novas conquistas.

Isis Tavares é presidenta da CTB-AM e secretária de Relações de Gênero da CNTE.

Os artigos publicados na seção “Opinião Classista” não refletem necessariamente a opinião da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e são de responsabilidade de cada autor.

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