Preço da cesta básica caiu em 11 capitais no mês de maio, segundo o Dieese

Das 17 capitais onde o Dieese realiza a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, 11 registraram queda nos preços entre abril e maio de 2023. As reduções mais importantes ocorreram em Brasília (-1,90%) e Campo Grande (-1,85%).

As variações mais expressivas foram observadas nos seguintes itens:

Óleo de soja – A redução do preço nacional e internacional da soja e a demanda enfraquecida no mercado interno resultaram em diminuição dos preços praticados no varejo em todas as capitais, entre abril e maio. Em 12 meses, o movimento também foi de queda em todas as cidades.

Carne bovina de primeira – Houve recuo no preço médio do quilo na maioria das capitais. A oferta interna foi maior, mesmo com o aumento das exportações. Além disso, a demanda interna ficou mais fraca, por causa dos altos preços praticados no varejo.

Açúcar refinado – O açúcar seguiu em tendência de alta em 14 das 17 capitais. A maioria das cidades também registrou aumento em 12 meses. A menor oferta, apesar de maio ser o primeiro mês de safra, se deu por causa das chuvas, que dificultaram o transporte da cana, e do alto preço praticado pelos produtores.

Tomate – Entre abril e maio, a oferta continuou reduzida e os preços subiram no varejo, em 14 das 17 capitais. Em 12 meses, o valor médio aumentou em 10 cidades.

Leite integral e manteiga – O início da entressafra do leite reduziu a oferta no campo e elevou o preço dos derivados. Dessa forma, em maio, a cotação média do leite integral aumentou em 14 capitais e a da manteiga, em 10. Em 12 meses, o valor médio do leite e da manteiga acumulou alta em todas as cidades.

Taxa de juros

O comportamento dos preços dos alimentos é mais um sinal de que a atual política monetária ditada pelo Banco Central sob o comando de Roberto Campos Neto é um contrassenso que, conforme assinalou o presidente da CTB, Adilson Araújo, só pode ser explicado por dois fatores:

Os interesses dos rentistas, cujos lucros sobem geometricamente com as altas da Selic e o engajamento na política bolsonarista de sabotar a economia para impedir o êxito do governo Lula e abrir caminho para o retorno da extrema direita fascista ao Palácio do Planalto.

O argumento do senhor Neto para manter no Brasil as maiores taxas reais de juros do mundo é combater a inflação, mas esta vem caindo e hoje cresce entre os economistas a aposta de que o mês de junho pode ser fechado com deflação, ou seja queda generalizada de preços.

Quanto menor a inflação maior a taxa reais de juros, o que deprime o consumo e os investimentos, bloqueando o crescimento da economia, além de pressionar o déficit público. Não há razão plausível para manter a Selic no patamar atual, de 13,75%. Também não se justifica protelar a redução da taxa prometendo algo nesta direção para agosto. Para atender o clamor nacional impõe-se a queda imediata dos juros.