Debate sobre o “Estatuto do Trabalho” foi realizado na OAB de Joinville-SC

O futuro do trabalho e da vida da classe trabalhadora foi tema de debate na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal realizada nesta sexta (29), na sede da OAB de Joinville.

Presidida pelo Senador Paulo Paim (PT-RS), a audiência contou com a presença de lideranças sindicais e da classe trabalhadora, dispostas a debater e contribuir para a estruturação do ‘Estatuto do Trabalho’, por meio do qual se há esperança de recuperar direitos perdidos e garantir a vida, a saúde e o trabalho digno para a classe trabalhadora

O advogado e conselheiro de administração da Casan eleito pelos trabalhadores, Haneron Victor Marcos, integrou a mesa representando a CTB-SC e o Sintaema-SC e destacou a importância da frente ampla de luta para criação do novo estatuto do trabalhador, bem como a formação de uma unicidade sindical.

Haneron destacou a necessidade de maior protagonismo estatal dentro da correlação de forças entre capital e trabalho. Para ele, esse protagonismo estatal teria que vir de forma transversal, nas mais variadas pastas e poderes (Poder Judiciário, Ministério do Trabalho, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, entre outros). “Enquanto os trabalhadores não tiverem uma participação efetiva na gestão das grandes corporações, a democracia plena não se concretizará e até que isso aconteça o papel do Estado se torna cada vez mais essencial”, ressalta.

Outro ponto abordado pelo conselheiro foi a dificuldade de o trabalhador identificar o inimigo. Haneron cita o filósofo Byung-Chul Han que coloca a sociedade atual com um excesso de positividade ao ponto de o trabalhador não vislumbrar mais o inimigo concreto, pela forma em que o capital atua. “O trabalhador hoje se autoexplora, não se coloca numa condição de empregado mas de empreendedor, e é por isso que identificamos fenômenos como o da uberização, o da pejotização, e isso é um grande desafio para as forças sindicais”, destaca. De acordo com ele, é essencial que as forças sindicais atuem em outras plataformas de luta que não somente as físicas e passem a dominar mais as plataformas digitais, que são muito bem utilizadas pelos fascistas e reacionários que estão na outra linha de combate.