Greve histórica em São Paulo: Trabalhadores do Saneamento, Metroviários e Ferroviários unem forças contra privatizações

Uma greve histórica mobilizou trabalhadores do saneamento em todo o estado de São Paulo por 24 horas. Convocados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), os profissionais do saneamento se uniram aos metroviários e ferroviários em uma demonstração de resistência contra o processo de privatização liderado pelo governador Tarcísio nesta terça-feira (03).

Luta pela integridade do patrimônio público e pelos direitos essenciais da população

Durante a greve, os trabalhadores não apenas paralisaram suas atividades, mas também enviaram uma mensagem clara: estão determinados a preservar a integridade das empresas públicas de São Paulo e a garantir o acesso da população aos serviços essenciais de água e saneamento.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, expressou solidariedade aos trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM. Ele destacou a importância crucial de defender o meio ambiente e preservar o patrimônio material da população, especialmente em um contexto em que milhões de brasileiros ainda carecem de acesso a água potável e serviços de coleta e tratamento de esgoto.

“É fundamental que a gente possa fortalecer, laços de unidade e solidariedade, mas ainda dialogando com a nossa gente, o governador de São Paulo, tenta a todo custo, vender o estado, ele quer privatizar as empresas públicas, entregando ao capital especulativo, aos grandes ricos. Os empresários estão com sede de poder se apropriar do patrimônio público do nosso povo, sendo que 33 milhões de brasileiros não tem ainda acesso a água potável e quase 100 milhões de brasileiros e brasileiras não usufruem de serviços de coleta e tratamento de esgoto, portanto, defender um meio-ambiente, preservar o patrimônio material da nossa população e ter o direito a água como um bem imaterial é imprescindível. Envio minha solidariedade à luta dos trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM”, disse Adilson Araújo.

Resistência contra as privatizações

José Faggian, presidente do Sintaema, salientou que a greve não foi apenas um protesto, mas uma oportunidade para elevar a consciência da classe trabalhadora e do povo de São Paulo. Ele denunciou os planos do governador Tarcísio de transformar a Sabesp em uma empresa deficitária, forçando o Estado a subsidiar tarifas. “Os trabalhadores do saneamento junto com os companheiros metroviários e ferroviários mandaram um recado para o governador Tarcísio de que não vamos aceitar pacificamente o processo de privatização que ele tenta implementar aqui em São Paulo. A greve cumpriu um feito muito importante que foi o de elevar a consciência da classe trabalhadora e do nosso povo. O que está em disputa em São Paulo é um modelo de estado e o papel dos serviços essenciais na vida da classe trabalhadora. O que Tarcísio quer é privatizar tudo o que ele puder e contra isso nós temos que nos unir”, afirmou Faggian.

Os trabalhadores da Sabesp realizaram greve em todo o estado. Deixaram de funcionar todas as áreas da companhia sendo mantido o abastecimento de água e afastamento e tratamento de esgoto.

Faggian afirmou que Tarcísio vira as costas para o povo de São Paulo e para o trabalhador. Segundo o presidente do Sintaema, o governador quer transformar a Sabesp em uma empresa deficitária.

“O Tarcísio comete um crime tão grande que a Sabesp há mais de 20 anos não tira um real dos cofres do estado, ao contrário, a Sabesp devolve 500 milhões por ano em forma de dividendos. Agora a partir do processo de privatização vai ter que tirar dinheiro dos cofres do Estado para subsidiar a tarifa. Não sou eu que estou dizendo isso, mas o estudo que ele encomendou por 44 milhões de reais, sem licitação”, enfatizou Faggian.

O presidente do Sintaema enfatizou que a unidade demonstrada durante o movimento é crucial para enfrentar os desafios que estão por vir. Ele ressaltou que o movimento não terminará no dia 3 e que os trabalhadores estão comprometidos em continuar sua luta contra a privatização, defendendo o direito à água como um bem essencial para todos os cidadãos. “Eu acho que o saldo principal desse dia de greve e de luta é a unidade. A gente tem certeza de que esse movimento não se encerra no dia 3”, completou. Com informações: Sintaema.