Jornada Latino-americana e Caribenha em Foz do Iguaçu termina com aprovação da ‘Carta aos Povos pela Integração’ e aponta datas para lutas unificadas

Foto: Juliana Barbosa.

Na última sexta-feira (23) a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e demais organizações presentes na Jornada Latino-americana e Caribenha de Integração dos Povos aprovaram a “Carta aos Povos pela Integração da América Latina e Caribe”. Em seu conteúdo, a Carta apresenta a síntese das discussões do evento e apontamentos para o avanço da integração dos povos da região. Ao todo, 4000 pessoas, de mais de 20 países da região, participam do evento.

” Jornada Latino-americana e Caribenha de Integração dos Povos encerrou suas atividades na sexta-feira (23) em Foz do Iguaçu. E a grande análise é de que só teremos integração dos povos se tiver participação social efetiva, se os movimentos sociais forem protagonistas dessa participação, forem ativos nas mobilizações das suas organizações, movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores, centrais sindicais, entidades populares como um todo é participaria efetivamente dessa, dessa mobilização pela integração”, disse Carlos Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais, Esporte e Lazer.

Ao final, a Carta apontou datas para a realização de lutas unificadas em todo continente: 2 e 8 de março, 17 de abril, 1 de maio, 5 de junho e 16 de outubro.

Confira a Carta na íntegra:

Foz do Iguaçu, 23 de fevereiro de 2023

Jornada Latino-americana e Caribenha de Integração dos Povos

Carta aos povos pela integração da América Latina e do Caribe

Nós, os povos do mundo, estamos passando por uma crise estrutural global do sistema capitalista, cujos resultados são imprevisíveis. Esse é um produto do próprio desdobramento do capitalismo em sua fase neoliberal, que ameaça os diferentes aspectos da sustentabilidade da vida. Como povos, estamos sofrendo uma crise sistêmica que se manifesta nas crises alimentar, ambiental, social e econômica sem precedentes na história da humanidade. A precariedade de nossos empregos e a falta de acesso aos direitos básicos para uma vida digna colocaram centenas de milhões de pessoas em uma situação de “sobrevivência” diária em que a migração se torna uma necessidade angustiante para milhões. Em nossos territórios, sofremos as consequências dos crimes ambientais produzidos pelas corporações transnacionais em um contexto de crise dos Estados nacionais, onde o capital financeiro internacional se impõe. Estamos passando por uma profunda crise de valores em que nossas sociedades e povos são cada vez mais guiados por aspirações individualistas e consumistas.

A crescente disputa geopolítica reforçou a face mais bélica do imperialismo estadunidense e de seus aliados da OTAN, colocando-nos cada vez mais em risco de um conflito armado sem precedentes. A guerra na Ucrânia é uma consequência disso, assim como o genocídio que está sendo cometido pelo Estado de Israel contra o Povo Palestino.

A partir da Jornada Latino-americana e Caribenha de Integração dos Povos, reafirmamos nossa solidariedade internacionalista e a defesa da causa palestina. A comunidade internacional deve atender ao apelo dos povos por um cessar-fogo imediato e pela criação de um Estado palestino soberano e livre.

Expressamos nosso total apoio e solidariedade ao presidente Lula na denúncia do genocídio na Palestina. Se Lula é persona non grata, o povo latino-americano é persona non grata para Israel.

Viva o povo palestino! Viva o presidente Lula!

 

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