Dieese aponta os desafios para alcançar a almejada igualdade entre homens e mulheres

Foto: desigualdade.

Os problemas da inserção da mulher no mercado de trabalho são bastante conhecidos: taxas de desemprego mais altas, menores salários,
dificuldades de crescimento profissional e maior informalidade. Em 2023, a lei da igualdade salarial buscou criar parâmetros para enfrentar
a falta de isonomia de salário entre homens e mulheres. O ambiente democrático, pós-eleição de 2022, propiciou condições para o avanço da negociação coletiva, não apenas elevando os salários, mas também possibilitando a discussão das cláusulas de igualdade de gênero.

O crescimento da economia também foi positivo para o emprego, de maneira geral. Os dados indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu entre 2,5% e 3,0% em 2023, percentual maior do que o esperado. No mercado de trabalho, os dados refletem a melhora. O desemprego caiu de 7,9%, no 4º trimestre de 2022, para 7,4%, no mesmo período de 2023, o que representou a saída de 490 mil pessoas do contingente de desempregados, segundo dados da PnadC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número de ocupados aumentou em 1,615 milhão e o rendimento médio foi ampliado em 3,23% no mesmo período.

Desigualdade persiste

Todos os resultados são favoráveis na comparação com o cenário dos anos anteriores. Mas, ainda prevalece a desigualdade de gêneros.

No 4º trimestre de 2023, 66,286 milhões pessoas estavam fora da força de trabalho e, dessas, 42,839 milhões eram mulheres, o que corresponde a 64,6% do total. Entre o 4º trimestre de 2022 e o de 2023, houve aumento de 358 mil mulheres e 26 mil homens fora da força de trabalho, um indicador da dificuldade de inserção e permanência que elas enfrentam no mercado de trabalho.

A pandemia também afetou mais as trabalhadoras. Enquanto a participação dos homens voltou ao nível anterior à crise sanitária, elas sentiram mais dificuldades para voltar ao mercado de trabalho e enfrentaram taxas de desemprego mais altas. Durante a pandemia, algumas mulheres assumiram tarefas adicionais nos domicílios (como o cuidado de outras pessoas). Outras perderam postos de trabalho em atividades mais afetadas pela crise (comércio, restaurantes e serviços) e, mesmo com a retomada da economia, muitas ainda não conseguiram se recolocar.

Maximização dos lucros capitalistas

O rendimento médio mensal das mulheres (R$ 2.562) no 4º trimestre de 2023 foi 22,3% menor do que o recebido pelos homens (R$ 3.323). Entre todas as ocupadas, 39,9% recebiam no máximo um salário mínimo e, entre as negras, metade ganhava até esse valor (49,4%), enquanto essa proporção era de 29,1% entre as não negras e de 29,8% entre os homens. Já entre aqueles que terminaram o ensino superior, elas ganhavam, em média, R$ 4.701, 35,5% a menos do que eles (R$ 7.283).

O rendimento médio mensal das mulheres (R$ 2.562) no 4º trimestre de 2023 foi 22,3% menor do que o recebido pelos homens (R$ 3.323). Entre todas as ocupadas, 39,9% recebiam no máximo um salário mínimo e, entre as negras, metade ganhava até esse valor (49,4%), enquanto essa proporção era de 29,1% entre as não negras e de 29,8% entre os homens. Já entre aqueles que terminaram o ensino superior, elas ganhavam, em média, R$ 4.701, 35,5% a menos do que eles (R$ 7.283).

As estatísticas refletem não só os preconceitos machistas que infestam nossa sociedade, e o racismo estrutural, como a utilização da misoginia e do racismo pela classe capitalista para aumentar a taxa de exploração da classe trabalhadora e maximizar seus lucros.

Fonte: Dieese

Imagem: (Ponomariova_Maria/Getty Images)

 

 

 

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