Operárias da construção debatem desafios da mulher trabalhadora na Bahia

Foto: CTB-BA.

Para marcar o 8 de Março, a Diretoria de Gênero, Raça e Orientação Sexual do SINTACOM-BA realizou, neste sábado (9), um debate sobre os desafios das mulheres trabalhadoras na atualidade. Participaram do evento a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB); Grassa Felizola, representando a deputada federal Alice Portugal (PCdoB); Ana Georgina Dias, coordenadora técnica do Dieese; Jéssica Baiano, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) na Bahia; Aline Teles, representando a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães; Daniele Costa, vice-presidenta do PCdoB; Ivonete Bispo, lider comunitária de Salvador e; Augusto Vasconcelos, vereador pelo PCdoB de Salvador.

“Além da participação na Marcha das Mulheres ontem (sexta), decidimos realizar o debate com as dirigentes e os dirigentes do sindicato para ampliar a compreensão de todos sobre temas importantes para as mulheres. Temos que refletir com os sindicalistas sobre os desafios que as trabalhadoras enfrentam e a responsabilidade de todos com as lutas das mulheres”, afirmou Sônia Maria, dirigente do SINTRACOM e da CTB Bahia.

Presente no evento, a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, destacou o papel importante do SINTRACOM no movimento sindical. “Aqui me sinto em casa, pois o meu pai [Washington de Souza] foi presidente e liderou várias lutas na categoria, como a grande Revolta dos Peões. Nossa Central se orgulha de ter em suas fileiras um sindicato atuante, que produz lideranças femininas que conquistam espaços, como Sônia na CTB e Lúcia Maia na FLEMACOM [Federação internacional da categoria]. Que o sindicato siga firme, especialmente nesse novo momento com o governo Lula, que permite resgatar direitos e avançar em novas conquistas, principalmente para as trabalhadoras. Tem novas obras no Brasil, que vão melhorar o setor, permitindo lutas vitorioas”, destacou.

Olívia Santana parabenizou a entidade pelo debate e ressaltou o 8 de Março como uma data que eleva ainda mais a voz feminina para sacudir a sociedade e as instituições. “É a luta que faz os governos implantarem políticas que melhoram a vida de quem mais precisa. A data é também para alertar as mulheres da necessidade de organização, unindo gênero, raça e classe. É importante também que os homens reflitam sobre esse comportamento ruim que é a masculinidade tóxica e se tornem mais parceiros e solidários”, enfatizou.

RESPEITO E EMANCIPAÇÃO

Jéssica Baiano destacou que a luta das mulheres é, acima de tudo, por respeito e valorização. “Das trabalhadoras nas empresas e de todas as mulheres na sociedade. É bom ver um sindicato fazer o debate sobre as questões femininas. Só assim tivemos conquistas importantes, com o direito ao voto e ao CPF, e a lei da igualdade salarial, instituída pelo presidente Lula e que o movimento sindical precisa fazer valer”, ressaltou.

Representando Alice Portugal, Grassa Felizola lembrou que “a deputada estava com outra agenda, mas saudava com entusiasmo a iniciativa do SINTRACOM e colocava o mandato à disposição para ajudar a luta da categoria”.

Para Daniele Costa, a luta feminista é pela emancipação das mulheres e das trabalhadoras. “A emancipação feminina é a emancipação de toda a sociedade. Temos que combinar a luta contra as opressões de gênero, de raça e de classe, pois a mulher trabalhadora e negra sofre mais as consequências das crises do sistema capitalista. É importante vermos ações conjuntas entre os sindicatos e as entidades feministas como a UBM. Assim, poderemos acelerar a construção de uma nova cultura social, que garanta às mulheres uma vida digna”, disse.

Segundo o vereador Augusto Vasconcelos, o setor da construção ainda é masculino, mas é possível ver mulheres engenheiras, arquitetas, técnicas em segurança do trabalho. “Temos que colocar as pautas das operárias nos parlamentos. Me orgulha ser do PCdoB, que tem uma trajetória ao lado das mulheres e projetou grandes lideranças femininas, como Loreta Valadares, Alice Portugal, Olívia Santana, Luciana Santos e Manuela d’Ávila, entre outras que ocuparam e ocupam espaços importantes. Por isso, celebramos o 8 de Março, que surgiu das lutas sindicais e é uma data de reafirmação da luta das mulheres”. Informações: CTB-BA.

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