Nesta quinta-feira (04), na cidade do Rio de Janeiro, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) deu início ao 2° Encontro Nacional da sua Rede de Comunicação, reunindo líderes sindicais, comunicadores e ativistas.A abertura do evento contou com a presença de importantes lideranças da CTB, incluindo o Secretário de Imprensa e Comunicação, Anderson Guahy, a Secretária Adjunta de Imprensa e Comunicação da CTB, Ivanilda Brito, a secretária de Comunicação da CTB-RJ, Ana Paula Brito e o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Márcio Ayer. De maneira remota, o presidente da CTB, Adilson Araujo, e o secretário Geral, Ronaldo Leite, também marcaram presença.
Construindo uma Comunicação Integrada e Colaborativa
O presidente da CTB, Adilson Araújo, falou sobre a importância de se construir uma comunicação coletiva. “Muitas das questões da comunicação no presente precisam ser construídas de forma mais integrada, articulada e coletiva. Fazer comunicação olhando apenas para o próprio umbigo já não responde aos desafios da contemporaneidade. A comunicação nos cobra maior dinamismo e ações. Temos uma necessidade objetiva de integrar toda ação comunicativa de forma colaborativa ou em parceria, de modo que o portal da CTB seja o principal espaço de diálogo, interrupção e interação com a classe trabalhadora brasileira. Acho que ambicionar esse propósito, ter maior abertura, promover conexões e colocar nossa rede dentro do portal, nosso principal instrumento de comunicação”, disse Adilson Araújo, presidente da CTB.
Renovação da campanha de fortalecimento da CTB
Ronaldo Leite, secretário geral da CTB, discutiu a renovação da campanha “A luta é nossa identidade”, visando fortalecer a Central através da filiação de novos sindicatos e estímulo ao pagamento das entidades sindicais. A campanha, iniciada em setembro de 2022, obteve sucesso e contou com o apoio dos estados e comunicação da CTB.
Análise da conjuntura nacional e desafios da comunicação
Um debate sobre a conjuntura da comunicação no Brasil foi conduzido por Altamiro Borges e Marcos Dantas, abordando os desafios enfrentados pela esquerda e pelos movimentos sociais diante do cenário político atual.
Altamiro Borges enfatizou a necessidade de compreender o capitalismo das plataformas para enfrentar os desafios e destacou a importância de uma estratégia de comunicação eficaz para enfrentar a direita.
E Marcos Dantas introduziu contradições em usar plataformas que a burguesia criou para tentar combatê-las.
Projeto de Lei 2630/20 e Democratização dos Meios de Comunicação
O relator do Projeto de Lei 2630/20 que visa responsabilizar crimes que ocorrem nas redes, deputado federal Orlando Silva, participou do evento, destacando a importância de combater a desinformação e regular as plataformas digitais. “O debate sobre desinformação transcende a esfera política e democrática, devido à crescente convergência entre o mundo online e offline. Um exemplo dramático ocorre na saúde pública, onde movimentos antivacinação, impulsionados pela manipulação das redes sociais e distorção de informações, ameaçam a vida social. Além disso, o discurso de ódio e o estímulo à prática de crimes também podem ser regulados nas plataformas digitais. Enfrentar a desinformação é crucial para uma sociedade mais saudável. O Projeto de Lei 2630, chamado pela grande mídia de “Lei das Fake News”, visa garantir liberdade, responsabilidade e transparência na internet, incluindo mecanismos para defender a liberdade de expressão. Contrariando a noção equivocada de que é uma lei de censura, já ocorre moderação de conteúdo online, com plataformas capazes de limitar alcance, rotular ou remover publicações sem possibilidade de contestação pelos usuários”, disse Orlando Silva.
Rita Casaro liderou um painel sobre a democratização dos meios de comunicação, ressaltando os objetivos e desafios do Fórum Nacional da Democratização da Comunicação (FNDC) no Brasil. “. “O FNDC ele se constituiu como uma entidade formalmente lá em 1990, mas é uma organização que é herdeira dessa mobilização social que nasceu lá em 1980 e que tem uma conquista que eu considero incrível, que são os capítulos relativos à comunicação na constituição que são os artigos 220 a 224 do Capítulo V”, disse Rita Casaro.
A secretária também trouxe um mapa de luta com os objetivos da democratização da comunicação no Brasil, como organizar e fortalecer comitês locais, defender a agenda construída do FNDC junto ao poder público, fortalecer instituições públicas e comunitárias de comunicação. E os objetivos dos eixos de ação são a concentração da mídia e da internet, liberdade de expressão, censura e democracia, privacidade, proteção de dados e desinformação, comunicação pública, comunicação comunitária e mídia independente.
Confira a programação dos próximos dias!
05 de abril – Sexta-feira
Na sexta-feira, a programação começará 9h30 com uma palestra sobre atualizações de algoritmos e mudanças nas redes sociais, conduzida pela jornalista Larissa Gould, responsável por projetos especiais no Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS).
As 11h haverá espaço para que representantes de cada estado compartilhem suas experiências em comunicação.
Após o almoço, 14h30, a tarde será dedicada à comunicação nacional da CTB, com a apresentação do Secretário Anderson Guahy, seguida por discussões sobre os próximos passos para a comunicação dentro da entidade, às 16h. À noite, está programada uma atividade cultural para os participantes.
06 de abril – Sábado
O último dia do Encontro começará 9h30 com o encerramento oficial e encaminhamentos sobre as conclusões e propostas discutidas ao longo do evento. Às 11h, será realizada a aprovação da carta do Rio de Janeiro, documento que consolidará as principais deliberações do encontro.
Após o almoço, 14h30, o espaço estará aberto para reuniões entre os representantes dos estados, visando a continuidade do trabalho conjunto e o fortalecimento da rede de comunicação da CTB.
O segundo Encontro Nacional da Rede de Comunicação da CTB promete ser um espaço de reflexão, troca de experiências e definição de estratégias para potencializar a comunicação dentro da entidade e fortalecer a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
