Exército torra R$ 1 bi com blindados de Israel

Por Altamiro Borges

Enquanto o carniceiro Benjamin Netanyahu inicia a invasão de Rafah, intensificando o genocídio dos palestinos na Faixa de Gaza, o Exército brasileiro segue torrando grana da União com equipamentos militares de Israel. Na semana passada, a Folha revelou que uma empresa sionista deve garfar R$ 1 bilhão com a venda de blindados.

Segundo a matéria, “o grupo israelense Elbit Systems venceu a licitação para a compra de 36 viaturas blindadas de obuseiro 155 mm – uma espécie de canhão de grande alcance e precisão que será utilizado pela artilharia. A aquisição beira R$ 1 bilhão, segundo generais ouvidos pela Folha”.

A Folha, que não esconde sua simpatia pelo sionismo, até registra que o contrato ainda pode ser rompido. “Há receio de que a licitação, que dura quase dois anos, possa sofrer reveses por questões geopolíticas, já que o governo Lula tem feito críticas à conduta de Tel Aviv no conflito contra o grupo terrorista Hamas”. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) é um dos que avalia que “não faz sentido” dar sequência à licitação.

Contrato militar “não faz sentido”

“Com todo esse problema diplomático que temos com o governo de Israel nesse momento, me parece que não é o melhor caminho fazer uma compra desse volume de empresa israelense. Não temos a necessidade de ter esse material com essa pressa, o assunto deveria ser mais bem pensado”. Ele lembrou as críticas do presidente Lula à matança promovida pelos sionistas, que já resultou em 34 mil palestinos mortos – sendo 13 mil crianças.

Na Cúpula da União Africana, ocorrida em fevereiro em Adis Abeba, na Etiópia, Lula chegou a comparar a ação dos sionistas a dos nazistas. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, alertou. Mesmo após o intenso bombardeio da mídia sionista, Lula manteve as críticas. “O que o governo de Israel está fazendo com a Palestina não é guerra, é genocídio… Se isso não é genocídio, eu não sei o que é”, reafirmou recentemente.

Outros contratos com empresas israelenses

Diante desse posicionamento, de fato “não faz sentido” o gasto do Exército de R$ 1 bilhão com blindados de Israel e nem outros contratos militares firmados com os sionistas. Em meados de abril, um grupo de deputados de quatro partidos da base do governo (PT, Psol, PCdoB e PDT) inclusive apresentou um documento cobrando o fim desses acordos bilionários.

Segundo noticiou o site Metrópoles, “na mira estão os repasses oriundos do Ministério da Defesa para atender a demandas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Para os governistas, o dinheiro usado para abastecer as Forças Armadas está servindo, por tabela, para ‘financiar o massacre’ de palestinos em Gaza. Há, também, questionamentos sobre a segurança de se importar material bélico de Israel em meio ao aumento da tensão entre Benjamin Netanyahu e Lula”.

Ilustração: Malik Qraiqea

 

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