Valor do salário mínimo previsto na Constituição seria de R$ 6,94 mil em maio

Resgatada pelo presidente Lula, a política de valorização do salário mínimo vem melhorando a vida dos mais pobres, mas o piso nacional ainda está longe do valor previsto na Constituição brasileira.

Conforme cálculos feitos pelos técnicos do Dieese, com base na cesta básica de São Paulo, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o valor do salário mínimo necessário para contemplar a Constituição seria de R$ 6.946,37 ou 4,92 vezes o mínimo em vigor, de apenas R$ 1.412,00.

Salário X Cesta Básica

Em maio, informa o Dieese, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 110 horas e 31 minutos, maior que o de abril, de 109 horas e 54 minutos. Já em maio de 2023, a jornada média foi de 113 horas e 19 minutos.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em maio de 2024, 54,31% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em abril, 54,01% da renda líquida. Em maio de 2023, o percentual ficou em 55,68%.

Carestia

Ao longo do mês, a inflação da cesta básica deixa a cada dia mais baixo o poder aquisitivo dos salários, afetando principalmente aqueles que menos ganham, o que desperta indignação e revolta na classe trabalhadora.

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 11 das 17 capitais onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

Entre abril e maio de 2024, as elevações mais importantes ocorreram em Porto Alegre (3,33%), Florianópolis (2,50%), Campo Grande (2,15%) e Curitiba (2,04%). Já as principais quedas foram registradas em Belo Horizonte (-2,71%) e Salvador (-2,67%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 826,85), seguida por Porto Alegre (R$ 801,45), Florianópolis (R$ 801,03) e Rio de Janeiro (R$ 796,67). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 579,55), Recife (R$ 618,47) e João Pessoa (R$ 620,67).

A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2023 e 2024, mostrou que quase todas as cidades tiveram alta de preço, exceto Goiânia (-0,05%). As elevações variaram entre 2,53%, em Vitória, e 6,84%, em João Pessoa.

Nos cinco meses de 2024, o custo da cesta básica aumentou em todas as cidades, com destaque para as variações do Nordeste: Natal (15,11%), Recife (14,94%), João Pessoa (14,45%), Fortaleza (12,61%), Aracaju (12,04%) e Salvador (11,10%).

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