Na última segunda-feira, 28 de abril, a presidente do Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro), Conceição Fornasari, acompanhada de diretores da entidade, participou de um ato no Largo do Pará, em Campinas, em memória às vítimas de acidentes e doenças do trabalho. O evento, que marcou o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, reuniu dirigentes sindicais e trabalhadores de diversos setores para alertar sobre os desafios enfrentados por profissionais adoecidos no exercício de suas funções.
Durante o ato, foi entregue ao INSS uma carta assinada por múltiplas entidades sindicais, entre elas o Sinpro Campinas, que destacou os obstáculos enfrentados pelos trabalhadores na busca por direitos trabalhistas e previdenciários. O documento, endereçado ao gerente executivo do INSS em Campinas, Wilson José da Silva Araújo, denuncia a falta de ética no atendimento, a demora na concessão de benefícios e a resistência de empresas e do próprio instituto em reconhecer doenças ocupacionais.
“Além de homenagear as vítimas, este ato é um alerta para a sociedade. Os professores estão entre os profissionais mais afetados pela precarização do trabalho, com jornadas exaustivas, violência nas escolas e falta de estrutura. Quando adoecem, ainda enfrentam a burocracia e a desumanização do INSS, que muitas vezes nega seus direitos”, afirmou Conceição Fornasari.
A carta também critica a postura das empresas, que falham na prevenção de doenças laborais e não oferecem condições adequadas de trabalho. No caso dos professores, o Sinpro ressaltou o aumento de casos de distúrbios osteomusculares, transtornos mentais e esgotamento profissional, agravados pela falta de políticas públicas eficientes.
Entre as reivindicações apresentadas está a urgência de mudanças no INSS, como a agilização de perícias, o fim da concessão indevida de benefícios comuns (B-31) em vez de acidentários (B-91) e a fiscalização rigorosa das condições de trabalho nas escolas.
O ato contou com a presença de representantes de sindicatos como Metalúrgicos, Químicos, Bancários e Petroleiros, além de centrais sindicais como a CUT e a CTB, reforçando a união das categorias na luta por um ambiente laboral mais justo e seguro. “Precisamos romper o ciclo de adoecimento e descaso. A saúde do trabalhador não pode ser tratada como moeda de troca”, complementou Nino Fonseca, professor e diretor do Sinpro Campinas.
Informações: Sinpro Campinas.