A professora Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas, foi reeleita presidenta da CTB Minas e estará à frente da central pelo próximo quadriênio. O 6° Congresso da seção estadual reuniu mais de 200 trabalhadores que debateram a conjuntura e desafios atuais e aprovaram uma resolução política e um plano de lutas. O Congresso foi realizado no Sítio da Fetaemg, em Belo Horizonte, nos dias 4 e 5 de julho. A nova direção, eleita por unanimidade, tem paridade qualificada, ou seja, 50% de mulheres e 50% de homens que dividem igualmente em número os cargos de direção.
A presidenta reeleita destacou que a luta prioritária é garantir avanços para a classe trabalhadora e dar uma resposta efetiva aos ataques a direitos consolidados. “Mas para isso é necessário mudar a correlação de forças no Congresso Nacional. Para Valéria, a extrema direita tenta atingir a organização sindical para precarizar ainda mais as relações trabalhistas. “Garantir a eleição de trabalhadores e trabalhadoras em 2026 é uma tarefa dessa gestão e uma necessidade para que os sindicatos possam continuar a luta.”
Para Gelson Alves, secretário-geral reeleito, é preciso organizar os trabalhadores. “Preparar para as lutas que virão, em especial a luta para garantir e ampliar direitos”, disse. “Outra questão que é essencial é fortalecer o movimento sindical, a fim de garantir a existência dos sindicatos e sua sustentação.”
O Congresso teve início com um ato político que reuniu lideranças sindicais e partidárias. Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, apresentou a Proposta de Resolução Política do 6° Congresso Nacional e o plano de lutas. “Estamos vivendo um momento marcado pela ascensão da extrema direita. Não temos outro caminho senão enfrentar essa tendência histórica. É o principal desafio das forças democráticas e progressistas”, afirmou Adilson. “Precisamos acreditar que é possível avançar em uma perspectiva de construir um mundo mais humano e menos desigual.”
“Nós temos que colocar como a questão principal a luta política, ou não vamos conseguir emplacar um novo projeto nacional de desenvolvimento”, afirmou. “O fato é que o Congresso Nacional não está disposto a abraçar um programa de desenvolvimento vocacionado a criar uma perspectiva para o povo.”
Para Adilson, mais do que reagir, é preciso alterar a correlação de forças. “O que nos une é lutar pelo êxito do governo Lula, precisamos de um programa de reconstrução nacional e levantar a bandeira do ‘nenhum direito a menos.’”
Minas Gerais
A dívida de Minas Gerais com a União e os ataques regressivos do governo Romeu Zema (Novo) aos trabalhadores e ao serviço público foram tema do debate no sábado (5). A conjuntura estadual foi apresentada pelo economista Weslley Cantelmo e por Valéria Morato.
Para Cantelmo, falta “sofisticação” à economia mineira: “As principais atividades econômicas de Minas Gerais não trazem retorno significativo para o estado”, afirma. “Geram pouco emprego e, ao mesmo tempo, detém um controle político enorme, tanto na condução do estado quanto do país.
Sobre a dívida de Minas Gerais com a União, que atualmente chega a R$ 165 bilhões de reais, o economista considera uma contradição: “Não faz sentido inviabilizar um ente do Estado por uma dívida com a própria União”.
No último mês, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou a adesão do estado ao Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) como forma de revisar os termos da dívida. Apesar de um avanço em relação ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), Cantelmo considera o programa um “remendo”. “Ele mantém a lógica de pagamento da dívida, com a vantagem de ser possível eliminar os juros, mas para isso o estado tem que dar contrapartidas”, explica. “A principal é quitar pelo menos 20% da dívida. O estado não tem caixa, a saída foi a federalização de ativos estatais”.
“De qualquer forma, Minas perde ativos importantes para o desenvolvimento do estado, e isso para pagar uma dívida que subiu de forma absurda, principalmente no governo Zema”, completa.
Para Valéria Morato, é preciso que a CTB e os sindicatos filiados lutem pela soberania de Minas Gerais e defendam uma proposta de desenvolvimento. “O governo Zema tem um projeto que não é só liberal na economia, ele é facista e impõe uma alteração cultural que desrespeita nossa história e põe o pé onde podemos avançar em direção a um futuro melhor”, diz. “Precisamos lutar por um estado que tenha um futuro não de exclusão, mas sim de trabalho digno e democracia.”
Finanças
O secretário nacional de Finanças da CTB, Sérgio de Miranda, fez uma análise sobre a situação financeira do movimento sindical, em especial, da CTB. “Temos que nos reinventar, nos reestruturar, encontrar alternativas para as centrais sindicais e novas formas de sustentação”, afirmou.
Ele apontou o que considera tarefas importantes para a sustentação da central: buscar filiar novos sindicatos que contribuam política e financeiramente, além de buscar regularizar os sindicatos já filiados e que estão inadimplentes. “Hoje, cerca de metade dos sindicatos não contribuem com a CTB.”
Operação Sem Desconto
O vice-presidente da Contag e secretário de Finanças da CTB Minas, Marcos Vinícius, fez um informe sobre a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga descontos indevidos em benefícios do INSS. “A Contag fez renúncias em relação a outras instituições que faziam descontos sem autorização e o INSS não investigou. A deflagração um dia antes da posse da direção foi uma clara ação política de ataque à entidade e também ao presidente Lula, com vistas à eleição de 2026”, disse. “O ataque veio com perdas financeiras mas também com o bombardeio nas mídias no sentido de descredibilizar o movimento sindical.”
Marcos reafirmou a seriedade do trabalho da Contag, das federações e sindicatos de trabalhadores rurais filiados. “Não foram encontrados indícios de irregularidades ou desvios. A Contag tem toda a documentação que comprova a autorização de descontos por parte dos trabalhadores.”
Direção eleita
Presidenta: Valéria Morato (Sinpro Minas)
1° Vice-presidente: Alaíde Bagetto (Fetaemg)
2° Vice-presidente: Leandro Carneiro (Saaesul)
3° Vice-presidente: Leonardo Luiz (Sitramico)
Secretário-geral: Gelson Alves (Metalúrgicos de Betim)
Secretária-geral adjunta: Carolina Andrade (Saeemg)
Secretário de Finanças: Pedro Mário (Fetaemg)
Secretário-adjunto de Finanças: Eduardo Goulart (Metalúrgicos de Betim)
Secretário de Formação: José Antonio (Jota) (Aposentado)
Secretário-adjunto de Formação: Rodrigo Rodrigues (Sintemd)
Secretária de Imprensa: Marilda Silva (Sinpro Minas)
Secretária-adjunta de Imprensa: Telma Patrícia (Sinpro Minas)
Secretária da Mulher: Maria Aparecida (Preta) (Fetaemg)
Secretária-adjunta da Mulher: Mônica Cardoso (Sinpro Minas)
Secretário de Serviços Públicos: Israel Arimar (Fesempre)
Secretário-adjunto de Serviços Públicos: José Carlos Maia (Municipais de Governador Valadares)
Secretário de Saúde: Rogério Djalma (Metalúrgicos de Betim)
Secretário-adjunto de Saúde: Edilson Maia (Químicos de Montes Claros)
Secretário de Juventude: Lucas (Fetaemg)
Secretário-adjunto de Juventude: Rafaela Xavier (Sitsemg)
Secretária de Políticas Agrícolas: Maria Rita (STR Capelinha)
Secretário-adjunto de Políticas Agrícolas: Antônio Timóteo (STR Coluna)
Secretária de Interiorização: Andreia Diniz (Fitmetal)
Secretário-adjunto de Interiorização: Romualdo Alves Ribeiro (Vigilantes)
Secretário Institucional: Ricardo Rocha (Saaemg)
Secretária-adjunta Institucional: Ellen Kesia (Servidores de São João da Ponte)
Secretária de Cultura: Terezinha Avelar (Tetê) (Sinpro Minas)
Secretário-adjunto de Cultura: Dardame Kermilin (Saaemg)
Secretária Educacional: Celina Arêas (Sinpro Minas)
Secretária-adjunta Educacional: Clarice Barreto (Sinpro Minas)
Secretária de Assuntos Jurídicos: Thais Dafonseca (Sinpro Minas)
Secretário de Esportes: Paulo Miguel (Metalúrgicos de Betim)
Secretário de Aposentados: Carlos Magno (Sinpro Minas)
Secretária de Meio Ambiente: Marilene Faustino (Fetaemg)
Secretário de Políticas Raciais: Clauderson Black (Núcleo Sindical de Base – Sitsemg)
Secretária de Políticas Sociais: Carmita (Fetaemg)
José Nunes Neto (Metalúrgicos de Betim)
Adelmo de Oliveira (Fitee)
Soraya Abuid (Sitsemg)
Marcileia Alves Ferreira (STR Frutal)
Thamyres Cristina (Metalúrgicos de Betim)
Warley Costa Nogueira (Servidores de Divinópolis)
Valéria Alves Borges (STR Campina Verde)
Luis Fernando Souza (
Rosângela Maria Borges (Servidores de João Pinheiro)
Leandro Andrade (Servidores de Ouro Preto)
Wagner Ribeiro (Núcleo Sindical de Base – SindUTE/MG)
José Valter (Metalúrgicos de Lavras)
Gabriela Menezes (Saaeura)
Marcelo Fernandes Souza (Metalúrgicos de Três Maria)
Adilson Soares (Servidores de Itajubá)
Marcos Gennari (Sinpro Minas)
Aristides Lopes (STR Ouro Fino)
Liliane Ribeiro dos Santos (Servidores de Alfenas)
José Carlos Arêas (Sinpro Minas)
Valdete Siqueira (STR Jequitinhonha)
Junia Gonçalves (Professores Municipais de Uberlândia)
Marli Duarte (STR Bocaiúva)
Adão Francisco de Sousa (Metabase)
Agnélio Aparecido Vieira (Vigilantes)
Ilda (STR de Ladainha)
Simone Alves (Fetaemg)
Gilvanei Jackson (STR de Montes Claros)
Kátia Gaivoto (Fetaemg)
Mário Hudson (Metalúrgicos de Uberlândia)
Áurea Izidora da Conceição (Fesempre)