A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil de São Paulo (CTB-SP) manifesta total solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema) e aos trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp diante do grave pacote de ataques que a empresa privatizada vem impondo à categoria.
É de conhecimento da população que o governador Tarcísio de Freitas entregou a Sabesp ao mercado financeiro, colocando em risco um patrimônio público essencial para a população paulista. A privatização da companhia, um dos maiores e mais estratégicos sistemas de saneamento do mundo, tem como consequência direta a precarização do trabalho, o aumento da exploração sobre os trabalhadores e trabalhadoras e a transformação da água, um direito fundamental, em mercadoria a serviço do lucro dos acionistas.
Em reunião com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em São Paulo, o Sintaema denunciou que o chamado Programa de Desligamento Voluntário Dirigido (PDVD) que não passa, na prática, de um Plano de Demissão Obrigatória (PDO), utilizado para forçar saídas em massa, sob clima de terror psicológico e assédio coletivo.
O presidente da CTB-SP e vice-presidente da CTB Nacional, Rene Vicente, reforçou a gravidade do programa ao afirmar: “O PDV representa a aplicação de um programa de rebaixamento da massa salarial, visando substituir trabalhadores experientes por novos trabalhadores que irão começar a carreira ganhando um terço do que os trabalhadores experientes recebem.”
Segundo o presidente do Sindicato, José Faggian, a Sabesp tem submetido os trabalhadores a uma política cruel: quem não adere ao programa é perseguido e colocado contra a parede. Essa prática revela o caráter desumano da privatização, que prioriza o lucro de acionistas em detrimento dos direitos e da dignidade da classe trabalhadora.
Além do PDO, o sindicato apresentou outras denúncias igualmente graves:
• Assédio e pressão sistemática sobre os empregados para aderirem às demissões;
• Mortes e acidentes graves entre terceirizados, em razão da negligência da Sabesp na fiscalização dos contratos;
• Descumprimento de acordos nas Estações de Tratamento de Água, que seguem sem operadores volantes para cobrir rendição no horário de almoço;
• Risco permanente de adoecimento mental provocado pelo ambiente de insegurança, assédio e precarização.
A CTB-SP repudia veementemente essa política de desmonte e reafirma que tais práticas não são fruto de má gestão, mas de um projeto deliberado de privatização, que precariza o trabalho, fragiliza a prestação de serviços essenciais e ameaça a vida dos trabalhadores e da população.
Reiteramos nosso compromisso de lutar, lado a lado com o Sintaema e demais entidades, contra a privatização e pela defesa dos empregos, dos direitos e do saneamento público de qualidade.
São Paulo, 26 de agosto de 2025
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil de São Paulo – CTB-SP